sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Amo-te Vida

Ás vezes és mazinha. Pregas rasteiras, dás facadas nas costas, fodes e e foges de manhã sem deixar rasto. És traiçoeira e manhosa. Sorridente e infiel. És curta e enorme.
Ai vida vida, que às vezes penso, e acho que te dá um gozo especial tirar o tapete debaixo dos pés da malta. Elevar os sonhos ao expoente máximo e depois atirar uma trevoada escura.
Dás ilusão de ser infinita e depois cobras-nos o tempo sem perdão. És cómica. És uma brasa. És quente e fria.
Ai vida dum cabrão... como te amo....

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Notícia vinda do futuro

Portugal foi c'o caralho

As negociações entre Governo e e oposição não dão final feliz. Cavaco arrepende-se de se ter recandidatado, muda de sexo e foge com Marcelo para as Canárias. Franceses compram Portugal para despejar cá os ciganos.

Ai cavaco cavaco, se eu fosse a ti tinha cavado daqui...

Ontem eu, Meu Mais que Tudo, Pança e Bujix esperamos em frente à tv numa ansia desenfreada o absolutamente inesperado anúncio de recandidatura do grande grande Cavaco Silva.
Notas a reter:
- Estivemos o tempo todo a brincar ao "onde está o wally" em busca do Marcelo Rebelo de Sousa, esse maroto. O primeiro a encontrar ganahava 2 euros. Nenhum de nós ganhou. Na volta o senhor não sabia do anúncio...
- A gravata azul assustou-nos imenso. Achamos de nos vinha dizer, sioso e ansioso, que o país estava no buraco e ele ia fugir para os Açores mais a família.
- Vertemos uma lágrima quando descobrimos que o xenhor não é do PSD mas xim de Portugal (bonito, bonito...)
- Batemos palminhas quando ele nos anunciou a boa nova da sua recandidatura, e ainda por cima, sem gastar guito nenhum dos contribuintes nos chamados outdoors... O que seria de Portugal se exte xenhor não tomaxe estas dexisões em momentos tão críticos como os que Portugal está a paxar.
- Agora fora de brincadeiras. Arrogâncias à parte, e apesar da surpresa estragada há dois domingos atrás, eu gosto do senhor. A sério. Acho que o homem é decidido. Pena a esposa. Que se pensar paralisa. Oh Deus meu...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Da indecisão

Tem sido difícil escrever. Pelo menos como como eu queria escrever. Mas tenho tantas coisas a acontecer na minha vida que não sei bem como oriente a minha vontade de vomitar palavras. Se no maravilhoso. Se no assim assim. Se no nem tão bom como isso. Porque, efectivamente, nesta fase, tenho coisas absolutamente esplendorosas a acontecerem, ao mesmo tempo das coisas assim assim, e das coisas não tão boas como isso. E por isso fico sempre baralhada, indecisa sobre o que hei-de sentir ou fazer ou escrever.
Por exemplo, neste segundo que passou apetecia-me abraçar uma pessoa com toda a força que a distância provocada pela minha pança permite; agarrar num taco de basebol com picos e mandar umas valentes cacetadas na tromba de uma outra pessoa; e ainda há outra que tinha vontade simplesmente de mandar à bela da merda.
E o pior é que não sei qual das três me apetecia fazer primeiro.
Mas se calhar isto tudo é da prenhez. É. Diz que sim. Xalá trabalhar que a minha vida não é isto.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Notas Mentais para o fim de semana

- Fazer a depilação
- Falar com empreiteiro
- Falar com Osvaldo das janelas
- Dar beijocas ao papá
- Passear o Bujix
- Olhar babada para a minha pança
- Engomar 4 toneladas e meia de roupa
- Limpar os pelos do Bujix da casa TODACABRÃODOCÃOPARECEQUETEMTINHA
- DORMIIRRRRRRR

E é isto.
Sim estou exausta, mas caramba, estou feliz comámerda!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Estou uma verdadeira pilha de nervos. Nunca na minha vidinha arrisquei tanto. Ontem se dormi 3 horas foi muito, num vaivem absolutamente frenético de pensamentos.
Agora é acender milhares de velinhas e rezar para que tudo corra bem...
Canebos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

As coisas que mais gosto em ti (tipo filme)

Amo os teus olhos e a tua maneira de os usares.
Amo mais ainda o teu sorriso e a espontaneidade com que o ofereces.
Amo o teu sentido prático da vida, e forma como a encaras.
Amo quando fumas o teu cachimbo e te ris todo para mim.
Amo quando fazes bluf e os teus olhos te denunciam.
Amo quando corres de gravata pela autoestrada fora, em busca de uma bomba de gasolina.
Amo quando me ligas, só para dizer olá.
Amo quando esse teu corpão de metro e noventa adormece no nosso sofá de metro e meio.
Amo o som que fazes quando comes doces... salgados... enfim, quando comes.
Amo o teu jeito para o desporto e a forma como me tentas aliciar a fazê-lo contigo (sorry meu amor...).
Amo o tique do teu nariz, que mexe sozinho quando ninguém está a ver.
Amo o remoinho que o teu cabelo faz na nuca.
Amo que me ralhes. Que me ensines. Que me bebas, toda até ao fim... Amo-te brasa... tanto!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Não sou perfeita, so what?

Gosto de fumar (mesmo grávida) e de beber (isso não faço grávida).
Gosto de berrar, e de ser ordinária.
Nada mais me satisfaz do que mandar quem merece comer no cu.
Detesto cenoura cozida e recuso-me a gastar espaço da minha infima cozinha na reciclagem do lixo.
Sou mandriona e deixo acumular 4 toneladas de roupa antes de pegar no ferro.
Quando não gosto de alguém sou orgulhosa e casmurra. Quando gosto também.
Sou egoísta e mimada.
Digo mal de pessoas.
Às vezes minto às pessoas que amo.
Tenho mais fobias e medos do que qualquer outra pessoa.
Acho que sou bestial por não precisar de quase ninguém para ser feliz.
Esqueço-me com uma frequência assustadora dos anos dos meus amigos, e sou sempre forreta nos presentes.
Estou-me literalmente a cagar para o que os outros pensam de mim, depois de anos preocupada com a opinião alheia.
Tenho preguiça de sair à noite e fico danada quando me obrigam a ir a um sítio quer não quero.
Não percebo nada de cultura nem faço por perceber.
Adormeço sempre a meio dos filmes mas nunca perco um episódio de uma novela que gosto.
Quando vejo crianças mimadas e estridentes em plenas birras tenho vontade de lhes dar beliscões às escondidas dos pais.
Tenho mau feito, berro, estrabuxo, e digo caralho vezes sem fim.
E ainda bem.
Odeio pessoas perfeitas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Constança

A Constança tinha longos caracóis feitos de raios de sol. Era fruto de um sonho de décadas, concretizado à estalada numa inseminação in vitrio.
Foi amada antes se quer de ser concebida. Planeada. Projectada. A mamã e o papá deram a mão na altura de escolher a célula fertilizada a ser injectada pela 15ª quinta tentativa no útero seco da mamã. A gravidez passou-se alimentada de torradas, chás, bombons e mantas, depois de tirada a baixa merecida. O parto deu-se na sala esterilzada do Drº Melo, que acompanhava aquele casal infértil desde o início daquela corrida. Cesariana para não magoar a bebé. Naquela dia, e naquela hora, para não massar a equipa médica ao fim de semana.
E nasceu divinalmente bonital aquela menina, desenhada e redesenhada depois de tantos anos de treino. A boquinha fazia beicinho desde o segundo que viu o mundo. Os olhos eram rasgados eram temperados com cor do mar. O cabelinho parecia uma penugem dourada, e as bochechas gorduchas davam-lhe um ar tão mais Dodot do que normalmente um recém nascido costuma ter.
A mamã e o papá explodiam de felicidade. Acarciaram a menina dos seus sonhos, bêbedos de alegria, extasiados de emoção. E prometeram-lhe a melhor vida, o mais promissor dos futuros, a mais preenchida história.
E por isso aos 5 meses iam todas as semanas com a menina à natação. O papá tirava fotografias, a mamã espetava a menina sobrepondo-se de forma histérica aos outros meninos da turma.
Aos 2 anos a menina já tinha visitado a catedral de São Pedro no Vaticano, e tocado às escondidas dos seguranças na Mona Lisa, no Louvre em Paris.
Aos 5 recitava poemas de Camões, sob o olhar babado dos papás, que impingiam o protagonismo da menina em todos os encontros de família.
No seu quarto, transformado pelos papás e pelos vovós no sonho da Leopoldina, não faltava o último top de gama dos brinquedos. E mesmo assim, a linda Contança, dos caracóis dourados e poemas de Camões recitados, gostava mais das bonecas de trapos que roubava à filha molata da sopeira da mansão, para depois rasgar em bocadinhos pequeninos.
A linda Constança cresceu, empurrada em nuvens sor de rosa pelos papás. E tranformou-se na mais bonita das jovens daquele bairro de classe média. Confirmou-o o José, depois de a beber no banco de trás do seu Porshe. E o Manuel. E o Fernando. E todos aqueles garanhões de hormonas saltitantes choravam à janela da bela Constança, na esperança de a cheirar só mais uma vez. Mas a menina dos cabelos de ouro entediava-se com rapidez e só provava novidades. Os papás envelheceram mais rápido do que o suposto, depois de uma vida inteira de escravatura para conseguirem ceder aos caprichos da linda Constança.
A Constança dos cabelos dourados entrou na vida deitada num berço fofo e de ouro. E saiu de seringa no braço, depois de beber avidamente um pouco da Sida do João.

Joaquina

A Joaquina era uma menina, muito pequenina, que viva lá na aldeia. A Joaquina tinha os olhos tortos e usava uns grandes óculos para remediar o estrabismo. Vestia sempre um bibe por odens da avó que não a deixava experimentar a vida sujando-se de terra.
A Joaquina dizia sempre "obrigada" mesmo quando era empurrada pelos outros catraios, numa sede desmedida de agradar toda a gente.
A Joaquina dizia palavras importantes como "observei atentamente" e "perdida de paixão", palavras que bebia desenfreadamente nos romances que lia escondida debaixo dos lençóis, desde que, sozinha, aprendera a ler aos 4 anos, ouvindo as explicações do primo Tobias na sala da avó.
A Joaquina não conseguia correr porque tropeçava na própria sombra, nem trepar às arvores porque tinha medo das alturas. A Joaquina ficava em casa aos Domingos de manhã quando a avó, o avô, a tia Inácia, o tio Adelino e o primo Tobias iam à missa, porque ela era "fruto de pecado e da tentação do demónio", e por isso fora proibida de entrar na casa do Senhor.
A Joaquina tinha um caderninho na algibeira do bibe, todo estripadinho, todo esfarrapadinho, e era lá que a Joaquina, a menina pequenina lá da aldeia, escarrapachava os seus medos, os seus sonhos as suas ambições. O que mais lá desenhava era a sua mãezinha, em forma de anjo transparente e sorridente, sempre velando por ela e pelos seus sonhos. A mãezinha da Joaquina morrera quando ela fizera 1 dia de vida, morta pelo puxão de uma corda que acidentalmente colocara em volta do pescoço. E todos sabiam que a mãesinha da Joaquina se matara depois de parir antes de tempo aquele ser pequenino e bastardo no pomar da lá da aldeia. Todos achavam que aquela menina pequenina e feinha morreria fora do ventre de uma mãe suicida. Mas não. A Joaquina era filha do pecado, tropeçava na própria sombra, tinha medo do escuro, e era estrábica. Mas sobreviveu. Cresceu. E amou. E foi amada.
E mais tarde quando foi a vez dela de parir um ser pequenininho, inofencivo e chorão, lembrou-se da mãe e do seu salto para o vazio, deu a mão ao pai da filha, e num esforço estridente, num grunhido banhado de suor e sangue, expeliu cá para fora em forma de choro de bebé uma estalada à vida e a todas as rasteiras que esta lhe tentara pregar.

domingo, 10 de outubro de 2010

De lembranças

Dá-me ideia que, nos longos 26 aninhos de vida que já cá cantam, não me lembro da vida ter um sabor tão intenso.
Lembro-me perfeitamente de fazer 5 anos, e dos excitamento que senti cá dentro por ter uma mão cheia de anos. Lembro-me também quando aprendi a mergulhar de cabeça. Uau. Senti-me rainha do mundo. E quando finalmente deixei de ser a tótó da turma que não sabia fazer o pino?
Lembro-me do primeiro beijo e do novo tempero que trouxe aos meus sonhos. Lembro-me do primeiro charro, e da sensação de rebeldia que finalmente senti. Lembro-me de querer apagar tudo, num fechar de olhos eterno à la Bela Adormecida, e da intensidade amarga mas sincera e forte que viva dentro de mim. Lembro-me de o conhecer, de começar a gostar, passar a amar. Lembro-me do pedido de casamento. Lembro-me do dia de casamento. Da lua de mel. Do começar uma vida a dois. Lembro-me, creio, que de quase tudo...E mesmo assim, acho que nunca a vida me soube a tanto, e tão bem.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ainda sobre a auSteridade

Se eu estou preocupada com o estado da nossa nação?
Pois claro que estou, ora essa, não sou eu tuga? Não vou eu parir não tarda nada? Não pretendo eu comprar casa para constituir familia, e ter um cão e etc e etc?
O que é que eu acho das medidas de auteridade que o panilas veio grunhir para a televisão... Acho inevitáveis. Previsíveis até. Quando todos nós habitamos num país que se acomoda aos subsídios trabalhando tantas vezes de forma sazonal; não vai votar por dá o benfica na tv; foge como diabo da cruz dos impostos, porque esperteza saloia foi coisa que nunca faltou nos genes tugas; não se manifesta, e quando o faz nem sabe bem porquê; quando durante anos e anos mamamos de políticas sociais, bonitas, é certo, mas absolutamente devassas para uma economia em deteriorização... O que havia eu de achar?... Assustador, pois claro, quem vai levar com esta merda toda é o meu feto, mas afinal que mais podiamos nós esperar?
Adenda: Não percebo como se votou naquela bicha paneleira, ah que a ferreira leite é austera e ditadora e politicamente incorrecta... pois é, de facto a senhora de cera que nunca mostrou um sorriso parecia que às vezes não queria que votassem nela com tanta brutalidade e azedume nas palavras que dava à imprensa. Mas a bicha fofa não tardou a dar-lhe razão.


(viram que mudei o título não viram?)
Sei que o meu blog não é conhecido quando os comentários que recebo são via sms.
Se calhar não o divulgo bem, se calhar sou eu que simplesmente não sou, blogosfericamente falando, interessante...
Há um lado meu que obviamente quer o sucesso do blog, centenas de comentários, milhares de anónimos parvos cheios de dor de cotovelo. Há outro lado... que quer mais é que a blogosfera vá levar no cu.

Tenho um vício novo

O vício certo para os tempos mortos

Há dias assim...

Cinzentóamarelados... Que fazer? Pôr meias e botins.
Há dias que parece que mais valia não ter saído de casa. Não, não morreu ninguém, não caí, não tive nenhuma desilusão, nem sequer estou deprimida. Só estava melhor em casa. É isso.