segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Os meus avós são melhores cós teus

- Tou avó?
- Sim?... Quem é?
- Como quem é? É a sua neta preferida!
- AHHH! Querida apanha-me sempre de péssimo humor estava aqui a desancar o senhor (leia-se meu avô, é a bola antistress da minha avó). Ri-se. Então, está na oficina?... Ri-se de novo
E eu cá pra mim, olha olha, toda animada a senhora!
- 'Vó é a Tata!
- Sim eu sei, está a trabalhar?
Rio-me eu agora
- Sim, estou a trabalhar.
- Olhe espere aí que o avô quer falar consigo...
Ouve-se lá ao fundo um berro (o meu avôzinho é vagamente surdo, para não dizer que não ouve uma sirene de bombeiros dentro do quarto dele): Manééééél!!! É A ANA RIIIIIITA! Discurso que oiço desde que tenho 6 anos:
- Está lá santito? Oh santito, é tão tão bom ouvi-la!... Oh santito está sempre no meu coração santito, a menina é o meu orgulho! shgsauw santito akjsdhob santito (...)
Não percebeo bem as palavras mas sei o que diz e vou dizendo, sim sim avô, eu também avô, beijinhos avô...
Ouve-se lá ao fundo
MANÉÉÉÉL! ESTÃO-LHE A CAIR OS DENTES MANÉÉÉL!! ELA ESTÁ A TRABALHAAAAAAAAAAAAAAR DESLIGUE ESSA PORCARIIIIIIIIIIIIA!

E riam-se os dois que nem uns perdidos. E eu também. Cheira-me que o almocinho foi regado a tintol, gandasmalucos! Quando eu tiver 100 anos quero ser assim!

Bom ano!!

2012 que já vais longe... Ano que aprendi a ser um bocadinho melhor mãe, ano em que fortaleci a minha capacidade de amar. 2012, já vais no fim, levas contigo palavras feias, crise, austeridade, desemprego, medo, futuro incerto... 2012, o ano em ouvi pela primeira vez olá mãe, o ano em que curei gripes e bronquiolite com beijos e benurons. 2012, o ano em que tantas vezes duvidei da minha capacidade, não de ser mãe, mas de ser uma boa mãe... 2012, o ano das grandes manifestações deste povo dos cravos, o ano em que a indignação se sobrepôs a preguiça de ser português. 2012, o ano em que o meu filho deu o seu primeiro passo e mergulho no mar, o ano em que, por amor a ele, deixei de fumar... Anda lá 2013, crescer é bom...

domingo, 30 de dezembro de 2012

Então e o que é que vais fazer na passagem de ano tata?
Não sei, o que é que se pode fazer com um miudo com 39 de febre?



(cabrao)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Crônicas de uma ex fumadora IV

Ah e tal, como andas tata, isso de não fumar como te corre?
Ah e tal pessoas e não é que corre bem, que ainda não tive nenhum ataque espernefico com direito a choro compulsivo nas situações mais inóspitas, tipo almoço de anos da sogra, que não me sinto miseravelmente vazia nem deprimida, que apesar de engolir m&m's à velocidade da luz creio que ainda não engordei, que continuo irritantemente apaixonada por aquele deus grego que aterrou na minha vida, que não espanquei o menino nem nada que se pareça, ah e isso tudo e vou a paris ... (mas cagandaputalhona dizem vocês, e eu, saaaaaaabes!!)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Lá passou mais um natal.. Opa, e a alegria do miúdo a desmbrulhar os presentes?! OIA (tradução: olha!) aos guinchinhos e saltinhos numa alegria desenfreada... Coisa maiboa que fiz na vida pah!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Bom natal pessoal!!! Afoguem-se em fritos, beijem as crianças que para o ano já são um bocadinho maiores, e sejam felizes, sim? Cá beijinho!

domingo, 23 de dezembro de 2012

E vaisaver e já lá vão três semanas...

Sem fumar, contente por isso (WTF), comecei a fazer yoga, e tenho sempre dinheiro na carteira! Mas afinal... Quem es tu e onde está a Tata??

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Mãe ou mulher? Os dois faxavor...

Hoje à hora de almoço lá fui eu toda maluca aviar presentes de Natal. Para as crianças, atenção que eu cá sou uma pessoa com uma pequena gigante aversão ao natal que hoje se celebra, para além de não estarmos em altura de estoirar talvez o último subsídio das nossas vidas num bilião de cacarecos que não interessam ao menino jesus. Mas adiante, que não há ano que não refile aqui da ( porra) do natal e não é por isso que vos escrevo. Como eu estava a dizer lá fui eu e umas amigas do escritório direitas ao colombo. Nisto vinha uma delas, mãe de três crias perfeitamente adoráveis que não sabem o que quer dizer dormir, a dizer que tinha o final da semana de férias. E nós todas, boa boa mainha a ver se descansas mulher que só de te ver todas as manhãs fico com vontade de me atirar para o chão ferrada a dormir. Mas não. Esta pequena, cujo seu nome do meio é CANSAÇO, tudo em maiúsculas, estava com remorsos de mandar a criançada para a escola... Ora aqui deparo-me sempre com este dilema, porque não é a primeira vez que ouço uma mãe cansada dizer-te isto. Foram poucas as vezes que consegui ter férias sem o meu rabanadas mas quando as tive não senti ponta de remorsos de o deixar na escola logo pela manhã. Porque amo desvairadamente aquele miudo mas sou mulher antes de ser mãe e não posso ser uma mãe plena, como o meu filho merece, sem ser mulher primeiro.
Por isso mainha ouve o que te digo, entrega os meninos na escola e enfia-te na cama a ver se repões um bocadinho desses anos de sono em atraso... Pelamordedeus....

Eu me confesso... tenho um vicio novo...

...que eu cá só mulher de vicios e paixões, detesto normalidade...
Eu não como, respiro M&M's como se não houvesse amanhã!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Estou aqui a ver o meu besnico sentadinho muito direito a jantar sozinho e penso... Passa rápido a merda do tempo pah!

Nem tenho título para isto

Soube na semana passada que um famoso e bem conceituado colégio lisboeta pediu aos pais que mandassem as crianças de cinco anos de pijama para a escola. Trata-se de um colégio recente, excelentes condições, professores conceituados que primam pela disciplina e regem-se por valores católicos. Até aqui tudo bem os valores católicos com base no amor ao próximo são universais. Estima-se que sairão jovens geniais daquela escola e eu, que tenho amigas com filhos a estudar lá concordo.
Até que, como comecei este texto, soube daquela anormalidade: amanhã crianças digam aos papás que é para virem de pijama. Mas que raio de altura para fazerem uma festa de pijama, depois admiram-se que os putos andem todos ranhosos... Isto pensei eu, já achando a ideia completamente estapafúrdia. Mas não, desenganem-se, os meninos vão de pijama, quentinho, engomado e a cheirar a skip, para experenciarem um dia de pobrezinho...
...
...
...
Mas está gente é estúpida??? Mas que raio de preconceito é que estão a criar naquelas crianças??? Mas desde quando é que os pobres andam de pijama? Francamente, fosse eu mãe de uma daquelas crianças e mandava o atrasado mental que se lembrou desta anormalidade comer no rico rabinho. Isso é passar um dia com uma família de 5 filhos que sobrevive com um ordenado mínimo por mês, só para aprender que os pobrezinhos não andam de pijama. Que provavelmente nem têm pijama... 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Cuidado com ela

Isto de colocarem uma mulher cansada, com noites em atraso,  atrasada para ir socorrer um besnico desvairado e acelerado a ventilan,  em processo de largar o seu grande amor (ex, ex grande amor) que é o tabaco NUMA PORRA DE UM COMBOIO EM PROCESSO DE GREVE QUE ORA PARTE ORA NAO PARTE, CARREGADO DE POVO ATÉ AO TUTANO SEM TER SE QUER PARTIDO.... Não vai dar bom resultado... Ai não vai não...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ia jurar que me passou um trator por cima... Parece que levei uma sova alaber como vou sobreviver ao dia de hj! Entretanto não se apoquentem. O pequeno demônio que ontem se alojou na minha mente a relembrar-me das maravilhas de um cigarro acompanhado de um café duplo depois da noite infernal e angustiante que tive foi brutalmente assassinado por uma força de vontade alimentada a champix. Mas estou de péssimo humor. E exausta, já vos tinha dito?

PS: eu sei que este blog está a virar um bloco de devaneios de uma desvairada a tentar deixar de fumar, e se calhar vocês não estão com pachorra ou porque fumam ou porque nunca fumaram... Once again... Estou-me a cagar

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Cá vou eu no comboio (isto está a virar rotina...  E vício! ) depois de uma noite que se pode descrever como....  Noite? Qual noite,  ainda não fechei a porra do olho!! Ponham os olhos em mim putos desta vida, energia é isto,  passar a noite num festival que mete o boom num chinelo, entre tosse e uma falta de ar angustiante da minha cria.. É depois desse dito festival saltar da cama fazer biberões dar mimos entre aerossóis e soro na penca de uma criança cansada e rabugenta... É passarmo-nos por água a correr a cantar o noddy e sair disparada para uma caixa de mail estourada de trabalho... Mas como vos estava a dizer, hoje a noite foi atribulada estou cansada e a lutar avidamente contra uma vontade louca de fumar que hj se abateu sobre mim. Eu sei que tudo isto está sem nexo mas estou-me a cagar.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Rascunhos de uma vida

Passa o tempo...  As vezes demasiado rápido outra dolorosamente lento.  Mas passa sem fazer barulho,quase sem damos por ele, o é de repente já não é...foi.  E nisto prende-se por vezes o desgosto,  a desilusão porque olhamos para trás e vemos como a felicidade nos escorreu entre os dedos. Tenho dentro de mim momentos de profundo terror do tempo. Medo que não passe nunca mais... Medo que se vá depressa demais...  sinto agora que o meu maior desejo é ter a certeza que sei beber cada segundo que passa, com toda a avidez que uma vida merece ser bebida, para ter a certeza que amanhã não choro pelo hoje perdido... Quero sentir mais, chorar mais, amar mais. Quero viver exageradamente agora e sempre.

Cenas de uma viagem na linha de sintra

Duas velhotas de cabelo roxo e casaco tigresa e brilhante discutem alegremente:  ah eu cá fiz um tac.. Ah eu não fiz uma ressonância netica.. E já levei três pidurais!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Vida do camano

Ora cá está um fim de semana à lá maniere! Salpico dentro dos conformes, visita a mais um (AMOR) bebé no grupo (credo ainda ontem andávamos em acampamento selvagem, cervejas e saídas com os exames como única responsabilidade...). Houve comemoração do meu vigésimo nono aniversário em casa do pai com direito a meeeeega presente.  Houve passeios aqui à beira de casa,  assim no campo com o meu miúdo,  adonis e canito..  Houve lareira,  presépio e arranjos de natal feitos de musgo e folhas colhidas atrás de casa...  Mas que mais se pode querer?...

Uma semana sem fumar...viva eu!!!

É quase meia noite e eu aqui num xitex com o meu androide novo presente dji papai!! Pareço uma pita com uma boneca nova. Enfim, o que vos queria dizer é que já vos posso escrever nas minhas viagens de comboio. Estou que não me aguento de felicidade...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Graças a Deus sou uma pessoa extramemente afortunada. Vivo rodeada de pessoas maravilhosas, que amo e que me amam, que me ajudam, apoiam, surpreendem. Sou uma gaja cheia de sorte porque a vida deu-me, para além de saúde, alegria, boa companhia, e amor.
Estou numa de paneleirices, nao sei o que me deu, desta feita a falta de tabaco teve este efeito de euforia e feeling de best e ainda bem.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Parabéns a mim!!!!

Hoje faço 29 anos. A minha avó garante-me que a melhor idade são os 30. Áber...
Para já posso dizer:
- A minha auto estima, que deveria estar no auge aos 18, quando as mamas estavam no sítio, não fazia puto de ideia o que eram as esterias e pele era fresca e imaculada, encontrou o seu auge agora, que já fui mãe e raramente tenho tempo para pôr creme no focinho
- A minha personalidade está mais definida, principalmente desde que comecei a formar um rabanadas infernal na minha outrora barriguita, agora cena que não sei bem definir. E encontrei-me mais profundamente que nunca no cheiro do meu filho.
- O meu Adonis, aquela loucura de homem, que me encontrou quando tinha 17 anos (DE-ZA-SSE-TE...), é cada vez mais eu, cada vez mais meu...
- Desde os 14 anos que celebrava os meus anos a cheirar a nicota, e agora com 29 cheiro à água de colónia do meu filho!!! (OLÉ continuo firme e feliz!)
Será que os 30 serão mesmo melhores vovó? Cheira-me que é difícil!
PARABÉNS A MIM!!!

PS: e mais, sou uma autêntica criança no que toca aos anos, deliro, é o meu dia, todos me ligam, sou eu que mando e recebo presentes!!!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Crónicas de uma ex fumadora desvairada (II)

Continua tudo controlado. Ontem tive assim a minha primeira crise valente de abstinência, exactamente naquela hora maravilhosa de chegar a casa, com besnico resmungão, cansado e ranhoso na anca, dar banho e fazer o jantar. Mas está tudo bem, não espanquei o menino, apenas tivemos um braço de ferro para comer a sopa e pela primeira vez ganhei eu (depois de quase uma hora em guerra aberta). Tudo sem violência, descansem, mas estou com uma capaciadade de persistência beeem mais apurada! O meu filho RESPECTS ME!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Crónicas de uma ex fumadora desvairada (I)

Estou contentinha da vida, está tudo a correr bem. Tenho sonhos estranhos a noite inteira, que apanho o meu Adonis a fumar na marquise de casa do meu pai, faz-me sinal para não fazer barulho e eu fico com vontade de o estrangular, logo depois entra a minha sogra que diz que o meu quarto é giro mas está sujo, e eu como tenho vontade de a estrangular, vou fumar um cigarro para a Graça (??), de seguida estou no escritório em pânico porque fiz asneira da grossa, por isso vou fumar para a casa de banho, e com isto acordo estenuada, mas está tudo bem, don't worry!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Diz que já faz quase 2 dias que não fumo. Sábado fiz 5 anos de casada, e resolvemos comemorar em grande. Fumei como sempre gostei, bebemos duas garrafas de branco, e no dia seguinte, nicles, não fumei mais.
Para já posso dizer que está de facto a ser mais fácil do que das outras vezes (nem a gravidez me serviu de motivação, para verem o meu grau de dependência e estupidez). Recomendo champix. Ainda não me tentei suicidar, estou bem disposta, tudo controlado. Será desta?

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mixordia de coisas

- Comecei hoje a tomar o Champix. Pesquisem na net.
- O meu filho, aquela coisa amorosa carregado de caracóis e personalidade, está com uma tosse de cão que apenas se manifesta às 2 da manhã e com o cabrão do noddy como única cura possível para aquela choradeira.
- O meu bujix está desaparecido desde ontem, e dado que é gay, duvido que seja por cadelas saídas (há cães saídos?).
- Amanhã faço 5 anos de casada.... cinco... E parece que foi ontem!
- Estou preocupada com a junção do ponto 2 com o ponto 4 desta lista.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Preparai-vos malta que me lê, aproximam-se momentos de puro terror neste blog cor de rosa. Tomei (maisumavez) uma decisão importante na minha vida, que trará consigo um furacão de fúria e mau humor. Para a semana conto novidades...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

um post lixex

Resumidamente, na semana passada a sexta correu-me mal, para terminar o dia em grande houve qualquer coisa na linha de Sintra que fez não existirem comboios em plena hora de ponta, não conseguia falar com mamãe para ir pegar o menino à escola, íamos ficando sem gasolina as 9 da noite em plena IC 19, o fim de semana passou, depois a semana, sempre em estado semi fúria, deve ser hormonal, chego a quinta fico com uma pontada nas costas, acordo à 1 da manhã e a pontada vira facada, não me consigo mexer, emborco 20 brufens e nada, uma dor que não se aguenta, sem posição, sem solução, sexta fico de molho, o menino faz birra para sair de casa porque me vê lá, vou ao médico, goza com a minha magreza e diz-me "com esse físico monstruoso e um filho de 15 kg o que estava a espera", despacha-me com 200 comprimidos para as dores, nada, na sexta fico o dia todo sozinha em casa sem saber se me sente deite ou ande porque não me aguentava, sábado acordo melhor o dia até corre benzito, à noite Adónis começa com dores de garganta, eu já melhor mas ainda não curada, chega à noite chuvada monumental, pinga-nos na sala e salpico dá de si e resolve não dormir da 1 as 6, Adónis geme, 39 de febre, chama-se o médico, amigdalite crónica, febrão descomunal, menino insuportável com 3 horas de sono (e eu tb) resolve não dormir a sesta também, dói-me as costas, marido em estado desmaiado, salpico desvairado atira-se contra as paredes, só quero fugir, tenho sono, estou preocupada, nunca mais é noite, as 8 deito o menino, as 8.12 deito-me eu e foi até de manhã....

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Hoje estou naqueles dias que se pudesse estrangular alguem fazia-o. Que tudo me irrita, qualquer atitude me soa a provocação. Até estas a escrever esta merda que não interessa a ninguém me está a irritar.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Amar é assim uma cena complicada. Amar implica entrega, amar é deixar crescer cá dentro um jardim, assim com rosas, salsa, vinha virgem e amores perfeitos. Eu não consigo explicar bem o que é isto de amar. Perguntem a um puto de 5 anos que certezamente vos dará a descrição perfeita do que é o amor em apenas 4 palavras, Depois na nossa vida dividimos o amor por tipos, assim categorizado como os vinhos por castas. Amamos os nossos pais. Um amor que evolui com o tempo, que passa de devoção cega e animal, a desilusão porque são humanos, e volta a crescer desta vez cheio de dares e receberes. Amamos os nossos irmãos. Sempre. Cada um à sua maneira, mas amamos, por mais que berremos, discordemos, discutamos. Amamos os nossos amigos, mas amar amar mesmo, por norma só amamos dois ou três. Amamos a nossa metade.  Amamos assim já com o corpo, com calor e entrega, amamos em cada segundo que nos redescobrimos, redefinimos. Amamos os filhos. Ai esses amamos de uma forma tresloucada e desvairada, amamos tanto que dói, é estranho este amor. Com alguma sorte amamo-nos a nós proprios. Nem sempre mas às vezes.
Quando se ama assim, amar mesmo, com o corpo e com a alma, inevitavelmente temos alturas em que sofremos. Porque nos desiludem. Porque os desiludimos. Porque eles sofrem. Porque sim. Quando amamos assim, no sangue, nas tripas, no coração, sempre e sem se não, amamos e sofremos os dois juntos e de cada vez...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Queria escrever aqui um post daqueles tensos sobre a (merda) da greve, uma (porra) de um direito que adquirimos com tanto esforço e cravos, mas depois só me saiem cenas fascistas, quase clichés, e fico acanhada.
Mas a verdade é que sinto cá dentro uma raiva, uma indignação, mas oh que caraças, o que é que uma porcaria de um país enterrado em dividas, sem dinheiro para mandar cantar um cego, ganha com isto?... hum?...

(é isto e é a logistica lixada que tenho de antever com 2 dias de antecedência à dita revolução, é não poder ver o meu filho nestes dias porque tenho de sair mais tarde, é estar cansada pah, tão cansada disto tudo...)

Post Scriptum: Logo depois de publicar isto, oiço falar num evento grego que se está a passar na Assembleia, e descubro que afinal aquilo não são gregos que somo nós, os tugas, os passivos, os que dão abracinhos a polícias em plenas manifs, que estamos ali a fazer um chavascal do caraças. O que dizer... Nada. Não há nada a dizer disto. Vinde Alemanha, entrai à bruta que custa menos, mas vinde pff...

Esteriotipos cor de rosa, c'est moi

Tenho um amigo, que por acaso também é colega de trabalho, que me perguntou hoje:
Como é que se chama o teu blog?... Hormonas aos saltos não é??
Ao que eu respondo, Não srº D, hormonas aos saltos tem implicita uma conotação beeeeeeem diferente de tensão hormonal, estou quase certa que srº meu Adonis não aprovaria semelhante blog.
Ele vai ao google e pesquisa-me. E encontra-me. E diz-me: tu devias era ter patocínios, tipo da tampax, ausónia e assim...
...
...
pois...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O pessoal está todo chateado com a chanceler alemã, que a chamam de ursa e de porca, de gorda e de franga, e eu penso cá pra mim... não.. o melhor é não dizer o que penso cá pra mim...

Nunca digas nunca...

Principalmente se fazes tensões de ser mãe/pai...

Nunca filho meu há-de ver aquele panaca daquele Noddy, NUN-CA!
ó pra mim agora: "Abram alas pró Noddy..... lálálá!" Salpico diz MAAAAAAAAIS e eu ponho de novo, e de novo e de novo...
Nunca filho meu há-se dormir na minha cama!
Nunca, excepto se acordar à noite... que como todos sabeis foi uma recorrência violenta naquela criança energética...
Nunca filho meu há-de dominar lá em casa, segue os meus horários e rotinas!
Exacto... esta nem vou comentar...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Puta para este país

Puta para este país, prisão de mentes tacanhas e mandrionas. Raios partam uma sociedade que só de queixa e nada faz, picuinhas com merdices que não interessam ponta de um chavelho. Puta para este país, encerrado em ideias pré-históricas, agarrado a um azedum podre, a uma infelicidade melancólica só porque somos donos do fado. Que não arregaça as mangas, não quer fazer sacrifícios, reclama e tantas vezes nem sabe porque o faz. Caguei de alto para as convenções do politicamente correcto.


Palavra de honra que me revolta numa altura em que vamos de mal a pior, que todos os dias aguardamos as noticias com um nó no estômago, em que a economia se afunda depois de anos todos unidos a cavarmos o seu buraco, revolta-me a mesquinhez e tacanhice, revolta as palavras nunca ditas, revolta-me porra, revolta-me esta mentalidade de merda de ser português.

Isto tudo, e repito que caguei no politico e muito mais no correcto, para exprimir a minha indignação perante a reacção de alguns atrasados mentais perante as declaraçõesde Isabel Jonet, uma mulher que dedicou a sua vida a dar de comer a quem não tem. Oh que caralho, sim é rica e ENTÃO? O que foi que ela disse que é mentira? Será que não vêm a merda que fizemos anos e anos seguidos, os plafonds de cartões de créditos a cobrirem outros cartões, os carros que valiam 10 anos do nosso ordenado, os descobertos de ordenado que nos faziam viver 3 meses à frente do real? Será que, foda-se, não vêm que estamos todos neste buraco precisamente porque precisamos de nos readaptar à nova realidade que emerge da crise, que temos obrigatoriamente que refazer os nossos hábitos?...

A sério, estou enjoada com isto. Demitam-se vocês portugueses. Preocupem-se mas é com o que interessa. Agora já espero com vontade a vinda da Merkel na próxima segunda. Estou triste com isto…

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Novidades novidades só no...

O Obama ganhou.
O meu Rabanadas está amarelo que só ele.
O dos aviões com janelas abertas perdeu (oh... a sério?...).
O sangue do meu sangue está tristinho e carente.
O frio veio em grande e com ele a lareira.
O meu mais que tudo de meio metro vomitou e quase não come.
Tenho um sorriso novo e brilhante depois de multiplas idas ao terror (vulgo dentista).
Salpiacadas do meu coração, também tem sapos na boca.
Basicamente tenho uma vaga ideia da vida lá fora porque o meu coração está com gastroentrite e sapinhos, maneiras que vemo-nos por aí...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estou aqui....

Não pessoal, não morri.
Mas sou uma pessoa que tem um problema crónico e grave, provindo certamente de algum trauma profundo que habita escondido no meu subconsciente - zero (Z-E-R-O) tolerância à dor, e pânico (é mesmo pânico) de médicos. Já vos tinha dito isto mas reforço. Toda eu me transformo em suores frios, tremores e vómitos, isto nos momentos antes de entrar num consultório. Fico descontrolada, a voz treme, as mãos ficam húmidas e geladas e os pés dormentes. E como vos tinha reportado iniciei uma caça às doenças, porque depois de ser mãe, e por incrível que pareça, o medo dos médicos foi suplantado pelo medo de não ver o meu rabanadas infernal a crescer.
Isto para vos enquadrar o que lá vem.
Sempre me gabei dos meus dentes bonitos e saudáveis, que nunca me causaram problemas ou dores. Sempre exibi aos 7 ventos o espetacular que a minha boca é, que a última vez que pus as minhas reais patinhas num dentista foi aos 8 anos, e a memória que tenho é de gritos, lágrimas e estalos da minha mãe para estar sossegada (por isso feitas as contas, faz 20 anos que não ia a um dentista, e juro-vos que até o Rabanadas nascer num tive uma dorzinha se quer). Mas depois o meu puto nasceu. E os problemas começaram a dar de si. E eu enchi este corpinho de coragem e lá fui ao dentista.
Levei a desanda da vida. Com razão, vá, lá dou a mão à palmatória. E dei início a um verdadeiro filme de terror...
Por isso, nos próximos dias vou andar nesta maluqueira, que é ter vómitos de nervos nos dois dias que precedem a consulta, e dor, muita dor, TANTA dor, nos dias que tenho de sentar o traseiro naquela sala de tortura chinesa. Mas vou ser forte e munir-me de pensamentos bonitos (e drogas para enfrentar o momento).
Ah, e não me venham com a tanga que não dói. A mim dói. Tudo. Até a cara do dentista me faz doer a alma...
Aicaporra....

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Quem me viu e quem me vê...

Quem me conhece sabe bem como funcionam as coisas. Médicos é vê-los de longe, de preferência numa série qualquer da FOX Life.
Sou a maior piegas que existe, tenho pavor só do cheiro a éter. As primeiras análises já as fiz bem grandinha, tenho tremores nervosos durante 1 mês antes da "inspecção" da medicina no trabalho, a vacina do tetano está desactualizada desde que deixou de ser a minha progenitora a arrastar-me à chapada para o centro de saúde, a primeira vez que vi uma ginecologista foi quando decidi ser mãe, e ao dentista a última vez que fui arrancaram-me um dente de leite.
Sou assim, escusam de me chamar irreponsável etc e tal.
Aliás. Era. Agora que tenho aquele ser minúsculo de se comer de querido, a correr para para os meus braços todos os finais de dia, a abraçar-me mal me vê de manhã, e a chamar por mim quando está doente, dou por mim com a seguinte agenda:
- dentista marcado para amanha;
- revisão feminina para a semana;
- análises para a semana;
- ida às urgencias na semana passada...
Maneiras que estou aqui estou a coleccionar diagnósticos para discutir com as velhas moradoras das salas de espera de qualquer consultório que se preze!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A verdade é que sou mãe. A verdade é essa. Deixei de ser qualquer outra coisa e sou agora isto, isto que é um tudo em mim, um mais que tudo que se cola e engole todo e qualquer eu. E é bom e sublime saber que somos capazes de amar assim, é maravilhoso a sensação de entrega cega, um querer o bem dele tão mais a cima do que qualquer querer meu. Mas também dói a responsabilidade que se entrenha, afinal respiras porque decidi trazer-te ao mundo, e se não fores feliz?...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Bom, então é assim. Acabaram de me enviar um simulador para aquilo que será o meu ordenado em 2013. E é triste. Porque vou ter de tomar algumas medidas para poder continuar a comprar pão pró miúdo, nomeadamente:

- Deixar-me de armar em fina e largar de vez o meu vinculo com a CP. Se formos ver bem todos os meses há greve apesar de cada vez pagarmos mais, por isso, pelas 3 da manhã parto rumo a Lisboa, a penantes para ver se tonifico estes músculos;

- O que me leva a poupar também num ginásio que sempre achei que um dia me iria inscrever

- Cortar contrato com água e luz. Podemos muito bem preparar um sistema que armazene a água do orvalho que graças a deus é abundante na minha terra. E com velas conseguimos encontrar o puto à noite (espero eu)

- Largar o tabaco e passar a fumar ervas plantáveis. Conheço imensos hippies que me falam constantemente de uma cena que plantam, fumam, e os faz felizes...

- Largar as imperiais e passar a beber ginjinha made in home

- Vender naquelas merdas online toda a minha roupa e deixar 2 pares de caças, e 3 camisolas

- Vender tb a roupa do puto e comprar (ai a despesa) 2 fatos de treino.

- Dar beijocas de despedida ao bujix e assá-lo no espeto para o Natal.



Ou isso, ou pedir humildemente à instituição que me emprega para me despedir. Ganho mais com o subsídio de desemprego e não tenho despesas de deslocação...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Alguem me decifre os novos escalões de IRS PELAMORDEDEUS.... Eu só posso estar a interpretar mal...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Amanhã, se me deixarem, escrevo sobre uma espinha que tenho aqui entalada na garganta, acerca de uns filhos da puta que se dizem socialmente responsaveis....

Velho vai para um lar

Porco... tu que andaste a mamar no FMI vens opinar sobre o quê? Tu que pisaste a nossa bandeira, meu porco velho, tu que devias mas é estar sossegadito num dos lares dos Mellos, ou, quiça, a pensar na pátria nos horizontes algarvios confortavelmente abancado no teu iate... Retira-te osga caquética!
O Governo está moribundo, e tu estás o quê???

http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/governo-esta-moribundo-e-paulo-p_4975.html

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Acabei de emborcar uma alheira carregada de batatas fritas, ovo estrelado, e para terminar uma tarte peganhenta de côco... Estou enjoada....

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Escrevo-vos da minha sala. O som de fundo são os abortos no parlamento e os senhores do IKEA a montarem uma cozinha nova (iéi vivágarantia). O jardim está arranjado. O Salpico tem um móvel novo no quarto, perfeito para espalhar o seu encanto. A casa de jantar levou finalmente os retoques finais desde há 1 ano e meio em espera. Maneiras que as férias estão a ser deveras produtivas, a lavora refresca-nos a alma, bem como a liberdade de estar por casa sem correr atrás de um besnico desvairado. Que por sinal, chora desalmadamente quando o vamos buscar mais cedo à escola...

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Estou práqui a pensar (que agora tem-me dado muito para isto) que para a semana estou de férias, que o miúdo tem escola, que vou ter uma cozinha nova, que ia para a praia mas se calhar vou estrear a lareira, com um belo vinho e música de fundo, estou práqui pensar desenfreadamente, no livro que vou ler, massagens que vou receber, séries que vou ver. Penso e repenso nas horas tardias na cama de janela aberta a ouvir o campo, nas conversas sem interrupções que terei com a minha metade, estou práki a pensar em todas as coisas que tenho para pôr em dia e não consigo deixar de sentir uma leve excitação, tal e qual puto nas vésperas de natal... E a vida é linda...!

Acabei de descobrir que um desempregado tem direito a férias... a férias senhores....

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Falando de merdas sérias, que isto da crise já deu o que tinha a dar

Uma pessoa nasce. Primeiro é só fome, sono e cólicas. Depois passa a gracinhas e de repente vira o centro do mundo com direito a furias contra quem não nos obedece. Depois leva umas cacetadas dos pais e da vida, ganhas uns manos e desce de posição pecebendo que é só mais um, mas ainda assim o melhor (isto quando a  coisa corre bem nesta merda que é crescer). Depois as hormonas estalam e vêm as dúvidas e a tristeza cheia de nomes mas sem sentido. Depois ultrapassa-se isso e percebe-se que a vida não é fácil, mas conosco será diferente porque os nossos sonhos e esperanças serão concerteza concretizados apenas porque temos uam coisa chamada vontade. Depois começamos a vida a sério. Casamos. Trabalhamos. Compramos casa. Começamos a ver os sonhos a tornarem-se reais, mas percepcionamos que é preciso bem mais do que somente querer.
E depois muda tudo. O querer deixa de ser nosso e a vontade também. Fica apenas o desejo tão forte e imponente, tão grande que sufoca dos nossos filhos serem felizes. E depois olhamos para trás, para tudo o que quisemos e achámos que iamos vir a querer, tudo o que projectamos, concretizamos ou está ainda por concretizar e vemos que o nosso maior desejo é exactamente aquele que não depende de nós....

O meu besnico, coisamailindadesuamae tem apenas 18 meses e com a vaga de pesadelos que ainda agora começou já me pôs a pensar nestas merdas.... caraças que ser mãe é lixado!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Eu me confesso...

Navego aqui e ali, leio um e outro blog, um e outro artigo. Chego à triste conclusão que a minha tristeza não é minha, é nossa, e entranha-se na alma um mau estar azedo, leve e vago mas terrivelmente constante.
Aqui me confesso, pública e despudoradamente: Sou uma inculta política e social, toda a vida caguei nos agoiros de crise que se ouviam, nas reformas que não haveriam, nos défices que há tanto tempo se mostravam assustadores. Aqui me confesso, que sempre fui apologista do "badamerdas para tudo isto", mudava automaticamente de canal quando me começavam a despejar estas merdas pela sala a dentro, ou simplesmente desligava a TV e ia para a esplanada mais próxima ouvir o mar na boa companhia de uma imperial. Sou assim. Politica e socialmente alienada, para não dizer irresponsável.
E agora sinto de repente uma pressão gigante, vinda de fora e de dentro, um enorme indicador que me aponta a culpa, a cobardia, o desleixe. Porque sempre (SEMPRE) votei, mas confesso que de forma mais ou menos irreflectida. Porque nunca li jornais. Nem participei em manifestações. Porque me irritava o Nilas Socrates, mas não liguei ponta de um corno ao caso do freeport. Porque sabia do défice, ou tinha uma vaga ideia, mas sempre me preocupei mais com os benefícios que teria na próximas lesgislativas do que propiramente com as medidas que deveriam ser tomadas para começar a por um travão a este gigante TGV que todos somos a caminho do abismo.
Por isso, vejo a onda de revolta que se instaurou, e com a qual obviamente estou solidária, mas penso... A culpa é minha. E vossa também...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Da austeridade à futilidade

Alguém ajude esta senhora, pelamordedeus, a ter noção de si mesma. Da idade. Do ridículo. Da ocasião. Da figura.
Enquanto se levanta uma onda gigante contra a austeridade que nos invade as vidas, tivemos ontem uma pausa no pessimismo com um desfile do nosso suposto Jet Set na avenida mais cara de Portugal para a Fashion Night. E uma pessoa até acha que vai regalar os olhos com pessoas bonitas e tal, abre os sites das fofocas para dar um lamiré, e depara-se com isto...


aiai...
O melhor é voltar as notícias do coelho que sempre é mais agradavel de se ver...
O meu miúdo hoje de manhã, tipo a 3 minutos antes de eu ter de sair a correr para o comboio já tardio, resolveu dar um mergulho de cabeça do sofá para o chão, dando à luz um galo do tamanho de uma das tween towers naquela mona amorosa...
Estou aqui angustiadíssima, porque aquilo lhe deve ter doído muito, ao ponto de nem estrelitas e chocapic o calarem!
Mãe sofre...

terça-feira, 11 de setembro de 2012

avaliação da Troika ao Governo BY grande Tolan!

- Que scheibe de indicatorres son estes? Que deficit es este merda? Non conseguen perceberr que 3% es diferrente de 5%?! Es assim tao dificil deh compreenderrr ficken ma phodam!?

- Mas eu...

- SILENTZIO! sieht Spannungen! Tu, tu aí estás com cara de parrvo, não perrcebes nada de ekonomia e és minishtro do finanças?
- Eu? Eu sou o primeiro ministro.

- Ah. Tu é que esh ele? Então quem é eshte que tá a olhar parra o relatório com carra de parvo?

- Esse é o Carlos, o nosso motorista. Carlos, traz-nos um café sim? O meu com adoçante. O Vítor Gaspar é este senhor. Ele é o ministro das Finanças, o responsável por isso tudo. Vítor, chega aqui, apresenta-te.

- Olá, muito...boa tarde... eu sou o Vitor.... Gaspar... como... está...?

- Meine Gott... John, make a note, they have mentally disabled people working in the government... BOM. Vamosh continuarr o reunião. Primeirro ponto da avaliação. Eshtão prontos? Preparrados!? Não vale terr cábulas. Primeirra pergunta: um hund fofinho, um cachorro, está no meio do autobahn. Vocêsh estão no vosso mercedes a 150km/h a caminho de uma reunião onde vao decidir que a idade legal para trabalharr desce para 8 anos de idade num regime fiscal especial de 100% de imposto sobre rrendimento (medida #42 a serr implementada em 2014). O que fazem?

A) Parram o carro para ajudar o cachorro?

B) Passam por cima do cachorro?



-B!

- B!

-A!

- Carlos, não deves intervir na reunião, retira-te por favor.

- Mas ó sôtor, se passar por cima do cão vai arrebentar com a grelha toda do Mercedes. O arranjo daquilo fica-lhe por uns trezentos contos...

- SILENTZIO! O motorrist tiene razão! Passarr por cima de um hund pode prejudicar o deficit devido aosh custos de arranjo do auto! Tsk tsk... falharram a primeirra. Segunda pergunta. Há um manisfestação de desagrado à nova medida de aushteridade que obriga os professores não colocados a proshtituir-se no algarve (medida #21 previshta para 2013). A polícia deve intervir com a) Balas a sério b) Balas de borracha?

- A quanto é que está a borracha Vitor?

- Acho que... acho que a... 0,3 dólares por... quilo...

- E as balas a sério, aquilo é o quê, chumbo? O chumbo é mais pesado, deve ser mais caro... B. B!

-B.

- Nein! Errado outrra vez! Exigimosh medidas permanentes de reducion de deshpesa! Eshtruturais! Balas de borracha só resolvem prroblemas temporariamente e de depoish tem de resolver uma e outra e outra vez, semprre com dinheirro do contribuinte alemão!   in tolan baranduna

E depois é isto

E depois é isto.
Tenho uma casa com jardim, perdida em pinhais e malvas, rolas e melros, na qual à noite se ouve o mar.
Tenho uma familia que amo, com saúde, educação e valores, coisa que escassa nos dias de hoje...
Tenho O marido... O...
Tenho um filho maravilhoso, carregado de energia e boa disposição, que me derrete o coração todos os segundos...
Tenho um trabalho que gosto, que me paga a tempo e horas (com ou sem descontos), com refeitório, seguro de saúde e um Crédito Habitação que me dá acesso ao ponto 1 deste texto.
Tenho amigos fora de série.
Bola para a frente. A vida continua!  (e o humor volta em breve!)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Austeridade... again

Fiz contas à vida e estou com vontade de chorar. Podia tentar fazer um post cómico sobre a coisa (este está absolutamente genial) mas não consigo...
Porque poupo o tostão diário. Porque não me lembro da última vez que fiz compras para mim. Porque não almoço/janto fora. Porque venho a pé do Rossio para poupar no passe. Porque o meu marido leva almoço de casa. Porque tenho o miúdo na Misericórdia. Porque de latas vive a minha dispensa. Porque as férias foram passadas em casa, sem uma única refeição tomada fora. Porque vou ao Jumbo encher o depósito e carrego na embraiagem para poupar nas descidas. Porque não tenho empregada. Porque.... Porque amo de paixão este meu Portugal, esta terra com cheiro a mar, fado e pestiscadas, mas cada vez mais se torna incomportável ser cidadão português... Pelo menos cidadão honesto.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Consciência ou pardeestalosnafronha

Estava eu alegremente no minimercado lá da terra, que no Verão enche-se de malta de chinelos e calções de praia, areia nos tornozelos e escladas monumentais. Bom, estava eu sossegadita a comprar vinho e pão, prái, quando dou de caras com um casalito nos seus 20 anos a comprar alcool à desgarrada. Ela dançava espevitada, ele arrastava-se atrás dela, vendo-a encher o cesto de vodkas e gin's. Diz-lhe o miúdo "Oh Martinha, olha lá, que apanhas ganda béza e depois ainda tens de ir a guiar..." E ela, rodopia, pára, olha-o com um ar enjoado e responde-lhe lá do alto da sua sabedoria juvenil "Olha... Ficas a saber, tá?, que já fiz de Cascais a Lisboa, tá? Pela MAR-GI-NAL, tá?, a mais de 100, tá?, pooooodre de bezana, TÁ?!"
...
...
Pergunto-me agora porque não tenho ataques de fúria e fico paralizada nestes momentos, quando devia ter atirado o cesto ao ar, passado por cima da arca dos congelados num salto, e prespegar-lhe 3 pares de estalos na fronha, assim a seco sem mais não! Queres morrer, oh minha besta, manda-te aí das arribas, agora não me enfies um carro na mona, a mim que venho de um jantarito com os sogros e venho com o meu filho pela marginal! Entao além de estúpida a miúda ainda tem orgulho na sua estupidez???? Mas com 20 anos ainda se é assim tão atrasado mental???

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ando sem inspiração para escrever. Por vários motivos. Ora um é que o retorno ao trabalho foi particularmente difícil desta vez. Outro é que sinto que ando a falar-vos de mais do meu miúdo. Outro é que ando especialmente chocada com algumas coisas que não sei se escreva sobre elas se tente não pensar muito no assunto. Outra é que estou nervosa, profundamente nervosa, com o facto de no final do mês ser alvo de uma formação no trabalho para estar apta a escrever a acordo com o novo acordo (e esta??) ortográfico. E isto é uma coisa que me deixa nervosa... e triste... e a pensar em deixar de escrever só para não ter de escrever (e esta??) ótimo e agosto e ação e outras alarvidades que tal....

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Up date - regresso à escola

vivó rabanadas! Almoçou sozinho, dormiu direitinho, brincou, correu e disse MAUMAUMAU a quem lhe roubou os brinquedos.
Adaptação à escola: CHECK!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Depois de 5 semanas na brincadeira e mimo, praia e sestas, bolas de berlim a meio da manhã e saladas de polvo à tarde, mergulhos na praia e no alguidar, pés na terra e beijos ao bujix, depois de 5 semanas de mimo desenfreado numa vida tão boa que faz pena acabar, lá foi o meu rabanadas para a escolinha outra vez, de sobrolho arqueado e birra eminente...
aiquedornestecoraçãodemanteiga...

(Acham que posso ligar para a creche só para saber como é que ele está?.... ai...)

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

E a chuvada de bebés novos no grupo?? E a quantidade de carrinhos, maxicosis, fraldas e biberons que aterraram em minha casa? E aquela sensação esquisita, dasssse, que ainda ontem andava a mamar minis mornas na costa vicentina a acampar na praia com esta malta e agora é ver-nos todos responsáveis sempre atentos aos intercomunicadores e cumpridores de horários?....

estou crescida.... estamos amigos, estamos crescidos...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ora bem. Como puderam ver, entrei de férias e adeus mundo cá fora. Aliás, nem o telejornal passou lá por casa, nicles. Baby first e, e!
Portanto aqui vai um pequeno resumo:
1ª semana. Uma alegria. Sexta é aquela sensação maravilhosa de liberdade, de olhar para a frente e ver dias e dias só para nós. Sábado. Ora Sábado. Praia connosco logo pelas 9 da manhã. O puto está contente, juntam-se amigos com miudagem também, maneiras que foi tudo corrido a sopa com areia e sesta de baixo do chapéu. Pelas 5 saímos da praia, e combinamos churrascada em casa com uma duzia de amigos. AH FÉRIAS.... chinelo no pé, pele a arder de sal e calor, geleira cheia de minis, amigos... O puto acorda pelas 22.00 aos guinchos. Demoro mais que o normal a acalmá-lo. O jantar é interrompido de hora a hora com esta brincadeira. xalá ver a febre. nicles. xalá ver ouvidos... nicles... nicles de rien, e o miúdo naquele sufoco, aos berros, cheio de lágrimas, de hora a hora a noite inteira. Domingo é regado pela rabujice conjunta: do miúdo ainda não sabia porquê, de nós porque já nao estavamos acostumados a tanta interrupção no sono.Depois de voltas e reviravoltas, benurons no rabiosque do menino, lá descobrimos a saga... AFTAS. Vejam bem. Nunca tinha visto o miúdo naquele desespero e afinal eram aftas.
Maneiras que andei exausta até Quinta feira (basicamente a primeira semana de férias). Depois disso...

ah.....

(vinhobranco,perceves,ameijoas,minis,banhosdesol,mergulhoscomomiudo,gargalhadas,revisãodetoneladasdeamigos,almoçaradasejantaradas,novosbebésnogrupo,caipirinhas,sushiàluzdasvelas,passeios....)

ahhh......

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Uma questão de opinião... um post diferente

Quando decidimos engravidar, entramos numa fase nova da vida. Foi no momento que dissemos "vamos a isso" que tudo mudou. Porque assumimos a responsabilidade de criar vida. Uma vida que depende de nós, que começa em nós.
Fizemos planos muito antes dos dois tracinhos no teste. Mudámos rotinas. Sonhamos. E então veio o positivo. E o coração aos saltos naquele dia de Verão em que começavamos as férias, quando era ainda um segredo só nosso, tão pequenino no meu ventre e já tão soberbo no nosso coração. Começaram as idas ao médico, exames e análises. Tenho tão presente no meu coração o dia em que o vimos pela primeira vez. O meu salpico de gente, ainda apenas uma hipótese e já com o coração a bombear nos seus poucos milímetros de gente. E o queixo tremeu de emoção. E ele passou a ser real, tão real que doía.
Depois veio a fase de contar ao mundo. Festejos e parabéns no meio de enjoos e um sono absolutamente incontrolável. As roupinhas. A caminha. A casa que foi pensada na infância que queríamos que ele tivesse.
A barriga a crescer, os primeiros pontapés, os beijinhos, os projectos, a esperança. E então o mundo abriu-se debaixo de nós, num segundo apenas, naquela ecografia mais demorada com cores e relatórios que não conseguíamos decifrar. A possibilidade de algo estar mal nunca nos ocorreu. Lembro-me dessa noite como se fosse hoje, a noite após a notícia ainda vaga mas já tão sinistra. Chorei todas as lágrimas de uma vida, tive medo, tanto medo afogada nos braços do meu marido. Graças a uma pessoa especial, conseguimos a consulta de especialidade cardíaca para o dia seguinte as 6 da manhã (em vez das três semanas que teria de esperar naquela angústia). E lá fomos ressacados e doridos de uma noite de lágrimas para o consultório do médico que mudou a minha vida. Calmo e paciente, ele observou o meu pequenino e confirmou um diagnostico cardíaco. Coartação na aorta e ventrículo esquerdo muito pequeno. Melhor que o primeiro diagnóstico mas ainda assim. Aconselhou-nos a fazer a amniocentese. "Para quê?" perguntamos. E ele, calmo, explicou-nos que este género de problemas cardíacos estava relacionado com algumas trissomias, algumas das quais fatais. Perguntamos novamente: "Mas para quê? Porque preciso de fazer, vai ajudar alguma coisa com o bebé?" e ele respondeu que seria apenas um despiste, disse-nos sem dizer que, caso se confirmasse esse diagnóstico, tinhamos ainda tempo para "decidir". Decidir. Decidir o quê?...
O aborto é uma questão de opção nos dias de hoje, mas para mim nunca foi. E confirmámos, eu e o meu marido, que de facto para nós essa não seria uma opção, fosse qual fosse o diagnóstico.
Na altura continuamos a rotina de uma gravidez com o acréscimo de um problema cardíaco. Mais à frente possibilidade de eu ter contraído o "citomegalovírus". E novamente por cada médico que passava a questão a amniocentese era colocada quase como se fossemos atrasados mentais. E na ecografia seguinte mais um índice estranho, desta vez o tamanho do fémur muito abaixo do percentil normal. Na altura em que vivemos a possibilidade de um drama verdadeiro, aquilo que muitos chamam de coragem ou mesmo "irresponsabilidade" como cheguei a ouvir, é apenas uma sensação de dormência da alma, o tempo passa como óleo que escorre, lento e mole, ouvimos e vemos tudo mas parece que está tudo tão longe....
A única coisa que era real eram os pontapés do meu salpico, Salvador como decidimos depois de saber o sexo do bebé, ainda antes de sabermos que contaríamos com a sua capacidade de sobrevivência para se salvar. E era a isso que nos agarrávamos, sorrindo a cada movimento, esperando, esperando.
Depois de muitas trocas, consultas, médicos e alterações de ultima hora, passei a ser acompanhada no hospital amadora sintra (às 36 semanas) para que à nascença ele fosse transferido para o Hospital Cruz Vermelha, onde estaria uma equipa inteira à espera do Salvador para a sua primeira operação.
Optou-se pela cesariana para não submeter o meu pequenino a nenhum esforço e no dia 01 de Março, as 7 da manhã, partimos para o dia que mudou a nossa vida.
Quando ele nasceu, apesar dos sei lá quantos reforços de calmantes e morfina que levei, mais para sossegar os nervos (que explodiram nesse dia, naquela sala assustadora, rodeada por pediatras, cardiologistas, estagiários, enfermeiros, obstetra e simples curiosos com aquele caso), acordaram-me, e eu viu-o. E ele era... Perfeito. Tão perfeito que, também à conta a "overdose" de morfina caí num riso incontrolável, misturado com lágrimas, soluços, e todo o tipo de movimentos que dificultava a vida à enfermeira que me tentava coser. Tive-o apenas 3 segundos nos braços, e ganhei naquele dia mais capacidade de amar do que alguma vez julguei que fosse possível. Lembro-me também de estar no recobro, e de vir a médica obstetra de propósito ver-me, só parta me dizer como o meu filho era bonito.
No dia seguinte o Salvador foi transferido como previsto, para o HCV. Foram os 4 dias mais longos da minha vida, em que ia vendo o meu filho em filmes, sem o poder sentir, cheirar, agarrar como via todas as mães em recuperação à minha volta fazerem. Mas apesar do difícil que a distância se mostrou, a verdade é que todos os dias o diagnóstico cardíaco do salvador se mostrava uma surpresa. E no dia antes de eu ter alta, soubemos que ele não teria de ser operado.
O médico que nos acompanhou ria-se e encolhia o ombros sempre que passava pelo meu marido. E o meu Salvador revelou-se um milagre. Foi acompanhado até aos 6 meses por manter ainda a coartação na aorta e aos 6 meses teve alta. E hoje, muitos continuam a chamar-nos corajosos, tão corajosos que roça a maluqueira. E se calhar até foi. Ou talvez não...

terça-feira, 31 de julho de 2012

Maneiras que vou de férias. Sexta feira é o meu ultimo dia de combate aqui, e lá vou eu para 3 semanas de puro descanso (dentro do género de mãe de um Rabanetes tresloucado de 17 meses).
E vou para a praia. E vou dormir sestas. E vou tratar do meu jardim. E vou namorar. E vou beber vinho branco à desgarrada. E imperiais também. E vou namorar. E vou curtir as piadinhas do meu miúdo que está uma coisa que não se aguenta de espevitado.
E é isto.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

EDP - FDP

Têm acontecido tantas coisas que nem sei bem por onde começar. Então. Àlaber. O meu besnico tem passado os últimos fins de semanas doente. É uma alegria, chega-se a Sexta-Feira e pimbas, ele é vomitado, caganeira ou febre sem mais nada. Depois tive um casamentaço de uma prima que mora nas terras de nuestros hermanos, e os ama de tal forma que casou com um. Até aqui tudo bonito. Acrescenta-se férias em debandada e um enchoval de trabalho que até andei de lado. Tudo bem. Normal. Só que a mãezinha resolveu ficar inutilizada com uma cena qualquer muscular. Pronto. Estou cansada sim, e ligeiramente mal humorada. A casa está feita num oito, o trabalho cai que nem tordos e tenho de sair disparada todos os dias do escritório porque mamãe não pode pegar no miúdo. Ok, até aqui tudo fixe, é chato e tal, mas é a vida. Vai daí a barraca abana. Abana com a violência de um furacão americano. Uma pessoa vem na correria habitual da manhã (sempre atrasada, sempre a correr) ligeiramente enraivecida porque se esqueceu dos cigarros em casa e a minha dose de nitcotina matinal é sagrada para não cometer assassinatos à desgarrada. Abro a carteira para comprar um maço. No money. Foda-se. Caixa multibanco mais próxima. Velha cheia de sacos a fazer 300125 operações, devagar devagarinho, sem qualquer tipo de pressa. Bato o pé furiosamente no chão. Caraças preciso de um cigarro. A velha lá despacha os pagamentos do ano. Tento levantar dinheiro. O seu saldo não lhe permite não sei quê não sei que mais. Oh que caraças. Faço transferência da conta poupança para a ordem. Tento levantar novamente. Mensagem humilhante de novo com ecrã cor de laranja para toda a gente ver. (Reparo na fila atrás de mim para levantar dinheiro a aumentar, e eu já pareço a velha a carregar furiosamente em todas a opções do multibanco). Vejo o saldo. Fico tonta. Ai que vou cair. - 946 EUROS. MENOS. MENOS.
Saio que nem leoa atrás da cria da estação rumo ao primeiro banco com internet banking disponível. Entro desvairada. Ohquecaraças preciso TANTO de um cigarro. Carrego furiosamente nas opções do internet banking. Vejo lá em negativos mas não vejo o movimento que gerou aquela anormalidade daquele saldo. O Gerente do balcão dá-se conta da minha aflição e pergunta se preciso de ajuda. Digo que sim pelamordedeus que tenho mil euros negativos na conta. Ele tecla e retecla milhares de números e diz-me: "Ah pois, tem aqui um movimento para cair na conta de 1046 euros". E eu: MILEQUARENTAESEIS????? Como assim???????" e ele sossegadamente "EDP".
...
...
..
...
.....................
Queridos senhores da EDP. Ide todos comer na real peidola. Com os melhores cumprimentos, Tata 1046 euros mais miserável.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O meu filho para além do "MAU MAU MAU" que diz quando lhe ralhamos, já dá ordens ao bujix. Aponta para baixo, bate furiosamente no chão com o indicador direito bem espetado e guincha "DÊTESSSE... DÊÊÊTESSSE" até o bicho se deitar. Em obedecendo o miúdo bate palminhas e rodopia, em ignorando a ordem furiosa do miudo, o canito leva com o seu MAUMAUMAU de sobrolho erguido e mão no ar...
O miúdo é um lider. Medo.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Update viroses e afins

Quinta Feira. Chego mais rabanadas a casa. Banho etc e tal, jantar. Já vos disse que o miudo é uma verdadeira besta a comer? Pois é, excepto solidos é mandrião a mastigar. Mas continuando. Massinhas com ovo mexido, sopa de feijão verde que o puto adora. Primeira colher, cospe e diz-me que não com aquela cabeça amorosa carregada de caracóis a cheirar a água de colónia. Psht, digo eu armada em educadora, abre a boca. Uma colher. Outra colher. Agora ovo. O miúdo torce-se numa birra às vezes comum àquela hora. Mais uma colher. Mais outra. Vai daí o miúdo arregala os olhos, abre a boca a atira-me um jacto de vomitado com uma projecção que eu apenas achava possivel em filmes de terror estilo exorcista. EH MIUDO! Abre a boca e novo jacto. BRASA, digo eu em pânico. Ele geme assustado com aquele fenómeno sobrenatural e atira-me com um novo jacto. Chora assustado. Eu quase que choro também, fogo miudo, mas onde é que tinhas isto tudo???
Gastroentrite confirmada com nova dose de vomitado sexta as 3 da manha. E diarreia nos dias seguintes. Confirmação duplamente chekada quando me apanha a mim também. Dois dias em casa e menos 3 kilos no bucho...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Ando numa onda meia... meia quê?... não é neura, nada disso, mas tambem não é feliz... Porque quando estou assim euforicamente feliz desato a viver, desato a respirar, a cheirar, a mexer. Mas ultimamente não é isso que sinto, é mais como se estivesse a pairar sobre mim mesma, mais como se estivesse a ver-me feliz lá em baixo, e eu cá em cima, transparente e flutuante, sorrindo com um orgulho de missão cumprida, contemplando.... é isso, ando numa onda contemplativa.
As minhas noites têm sido carregadas de sonhos indecifráveis, com perdas, achados, lágrimas, escuridão e luz. Acordo pesada e exausta, não sei bem o que é, como se tivesse dançado até as 5 da manhã, entornada em gin's e tabaco. Mas não, o mais tardar as 23 já estou ferrada, com creme hidratante espalhado, pijama vestido, roupa para o dia seguinte disposta na comoda.
Venho de comboio e dou por mim sem saber onde estou, porque tudo me distrai e me eleva a imaginação. Porque reparei naquela janela aberta com as cortinas gastas ao vento, e a senhora gorda de roupão de flanela a estender o pano amarelo da loiça. E vejo-lhe a vida toda num lápice, sozinha e rabujenta, furiosa com a sujidão estando ela mesma imunda. Um filho que trabalha nas obras, pai de um a menina mulata que não assume mas visita todos os dias. Um marido doente na cama a precisar dela para respirar, depois de uma vida inteira resolvendo desagrados à chapada,e ela agora suspirando às vizinhas a moleza do senhor, coitado do meu Acácio tão forte que era e agora faço-lhe tudo, num deleite satisfeito com o poder que agora tem, nunca servindo o chá com açucar como o velho gosta.  E lá está ela furiosamente bantendo o pano amarelo e velho da cozinha, porque ontem o filho o deixou no lava-loiças gorduroso e ela odeia ter o pano da cozinha sujo.
Olha, já estou no Rossio.
Está na hora de trabalhar.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Escutam-se as trivialidades da Vida. Moinha às vezes pesada do dia a dia que se repete. Chegar a casa, arejar os quartos, dar colo ao miúdo enquanto o despimos para o banho, lavar a banheira, fazer as camas, lavar as chávenas do pequeno almoço. Não chores bebé, atirei o pau ao gato-to-to, telefone que toca, favores pendentes, palavras perdidas. Correria, cansaço, correria.
Chega o marido, mais cedo que o previsto, lufada de ar fresco na casa, alívio, posso preparar as coisas sem ter de carregar o besnico na anca.
Miúdo na cama, sagres aberta, queijo e pão na mesa. Está tudo mal. Cabrão do Relvas, e este país? Impostos que sobem, empresas que fecham, talentos desperdiçados, ordenados fora horas. Medo da incógnita, do que lá vem, banhadas sucessivas de "e se's" que nunca mais acabam. Incerteza. Medo. Responsabilidade acrescida porque afinal, o miúdo dorme na cama, está ali, é real, é fruto de nós. Falamos noite dentro, matam-se angústias, confessam-se intimidades, pequenos medos, orgulhos feridos... Alívio. Já é noite. Temos 6 sagres vazias a nossa frente. Calamo-nos por uns segundos. Fecho os olhos... Ar fresco, cigarras e grilos, e lá ao fundo ouve-se o mar. Abro os olhos e é real este momento, estás ali ao meu lado, impões a tua presença na minha, somos um só, um projecto desenhado num miúdo que dorme no quarto. A vida é isto afinal. Pois é, respondes-me sem falar. E é tão boa...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Hoje estou chateada. Pronto. Acordei de manhã e decidi que estou chateada. Porque me custou acordar, porque perdi o comboio e o comboio que apanhei ainda resolveu atrasar-se. Porque tenho nódoas na camisa, porque a merda do ordenado já está praticamente assassinado, porque não encontro uma coisa que preciso, porque estou chateada, pronto, estou fodida hoje.
E então levo literalmente um estalada na fronha. Injusta. Ingrata. Picuinhas de merda. Vida tão maravilhosa que tens, miúdo saudável e feliz, casa com jardim. Estúpida, digo a mim mesma olhando-me no espelho do trabalho. Estúpida de merda é o que és. Hoje mesmo vou ver o que posso fazer. Porque na vida há casos que nos placam com violência, arrebatam-nos a fé, suscitam-nos a dúvida e a gratidão, fazendo-nos ajoelhar e agradecer a sorte que temos por termos dramas da tanga como nódoas na camisa...

Tens um mano na tua barriga?" - entrou de rompante pelo meu quarto. A mãe, internada no quarto ao lado, tentou demove-la. " Não incomodes a senhora! Anda cá!". Mas ela continuava a olhar para mim, de pé, à beira da minha cama de hospital. Olhos azuis, cabelo louro, 4 anos de gente.

"Também tens um mano na barriga?"- insistia. Pego-a ao colo para se sentar aos pés da cama, leve que nem uma pluma. "Cuidado com o meu cateter!". A mãe, pálida e com ar gasto, grávida do mesmo tempo gestacional que eu, a contar-me da leucemia da filha, dos tratamentos de quimioterapia, da gravidez que pode ser uma esperança de vida, de mais vida ainda, o verdadeiro milagre da vida, para a filha que já vive. Das possibilidades de compatibilidade do novo bebé, que entretanto ganha pouco peso no útero, fruto do sistema nervoso da mãe que, internada, não acompanha pela primeira vez, em dois anos e meio, o ciclo de quimioterapia da filha.
"Tens um Bobi?"- fita-me, a pequena, de olhos pregados no suporte com rodas que me eleva o soro. E a mãe sorri, gasta e cansada, velha no pico dos seus 26 anos, a aguardar um milagre que são dois, agora. O bebé só tem um rim mas não lhe importa. A doença da filha ensinou-a a racionalizar a realidade. "Vive-se só com um rim, eu quero é que ele nasça bem, mesmo que não seja compatível,. Quero- os aos dois, bem! Percebe-me, não é?" Percebo tão bem.


E a menina canta- me aos pés. Elevo-a no elevador da cama, fica alta no cimo do colchão elevado. "Vou tocar no sol!"- e não parece doente, enquanto escorrega pelas minhas pernas, se ri às gargalhadas e folheia um livro que me ofereceu uma leitora deste blog.
A mãe a insistir que me deixe sossegada, sorriso exausto. Está desempregada, " ninguém dá trabalho a uma mulher que tem que faltar uma semana por mês para acompanhar a filha na quimioterapia". E, agora, internada. O marido teve que meter baixa para a substituir- "o dinheiro da baixa não vem logo no mês em que gozamos a baixa, este mês nao sei como irá ser". A filha, tagarela, dá gargalhadas e, por um momento, o sorriso abre-se, alheio aos problemas. Acaricia a barriga, como que a regar o crescimento do bebé que aí vem.
Falamos dos bebés que esperamos. Chega mámen para a visita, senta a menina ao colo, faz-lhe desenhos a pedido. A mãe elogia o jeito dele para desenhar. Mostro- lhe a fotografia da parede do quarto da Ana, pintada por ele. A menina pergunta se ele lhe pode desenhar uma Kitty na parede. Sorrimos os dois, cúmplices. Hoje toleramos a Kitty. Sim, irá pintá-lá, logo que a mãe regresse a casa. A menina salta de alegria.
Chega o jantar, a mãe e a menina recolhem ao seu quarto, não sem antes a pequena insistir: "Tens um mano na barriga?".
Lembro- me das discussões que temos tido acerca da preservação de células estaminais. Banco Público ou empresa privada? Se colocarmos no Banco Publico e aparecer alguém que precise, a nossa filha fica sem as suas células disponíveis. No Privado as células serão sempre guardadas para ela.
E a menina ali ao lado, a precisar de um transplante de medula. Não pode haver egoísmo na humanidade. Nem umbiguismo. Se a nossa filha fosse compatível, não hesitaríamos um segundo, sabemo-lo com o olhar, as palavras não são precisas.
E, finalmente, respondo "Sim, tenho uma (m)Ana na barriga!". Porque todos os bebés deveriam ser irmãos da menina.A minha sê-lo-á."
Mais informações de como ajudar em:http://quadripolaridades2.blogspot.pt/2012/07/tens-um-mano-na-barriga.html.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Tudo a Laikar, tudo a comprar

Eu que sou uma inércia em tudo que toca em artes manuais, eu que nunca vi uma máquina de costura (juro) e não sei coser um botão, tenho amigas que são uma anormalidade de prendadas...
Lembram-se aqui há tempos de vos mostrar a maravilha que o quarto do meu inferno de miúdo se tornou depois de uma visita muito especial? (se não se lembram está aqui). Pois é, depois de muitos elogios e incentivos a minha amiga loira do coração decide lançar-se no mercado com coisas de perder a cabeça! Vejam aqui tudo o que ela tem para mostrar, babem-se e esqueçam a crise por uns momentos!
Sábado lá estarei no seu show room!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Junho

Subo devagar a Avenida. Sem pressas, o comboio adiantou-se uns minutos. Subo e olho, o ar de Junho está mais fresco que o habitual, mas sente-se na mesma o Verão, como se um bafo quente nos enchesse a alma. Já está montado o estaminé para o carnaval lisboeta que são os Santos, já temos bandeirolas e antecipa-se o cheiro da sardinha que perdurará até Julho. O ar parece mais limpo, as pessoas parecem mais frescas e bem dispostas, como se o simples facto de ser Junho renovasse as almas cansadas, limpasse os problemas que todos temos.
Junho é o meu mês. Vem salpicado de feriados, com os seus dias que às 9 da noite ainda duram, vêm as primerias idas à praia e os primeiros escaldões. Em Junho a neura afoga-se aí numa onda qualquer, e a perspectiva, ainda que ilusória, de vida eterna corre-me nas veias.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Receita para ser feliz

Dose de praia com direito a alteração drástica da tonalidade de pele
Imperial à beira mar com a criança sentada na areia horas a fio a chapinhar as patinhas gordas numa poça
Adultos com conversas de adultos apesar de rodeados de miudos
Noites seguidas de sono com acordar estremunhado e pensamento imediato "MASOPUTOAINDADORME?"
Salada de Polvo com vinho branco e conversa fiada no terraço depois da praia da manhã (isto tudo serenamente PORQUEOPUTOAINDADORME????)
Mais não digo que é privado...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Estou a criar um pequeno talibã

Como é sabido por quem vai lendo as atrocidades que por aqui escrevo, tenho lá em casa um miúdo que é um disparate de querido e infernal. Aquilo é uma criança que o que tem de giro tem de malandro. Aquilo que euzinha, coisa mais mansa, educada e previsível trouxe ao mundo é a maior peste de todos os tempos...
Ontem chego à creche para o ir buscar, corre-me ele para os braços arranca-me metade dos cabelos e dá-me dentadas que são beijos. O coração derrete-se-me, fico tipo manteiga ao sol com aquelas violentas demonstrações de carinho. Mas adiante. Diz-me a auxiliar:
"Ai mãe, hoje o Salpico portou-se tãããããão mal!....... A Daniela e a Maria (outras auxiliares) estavam tão zangadas com ele...."
E eu, em pânico...
"Então?? O que é que ele fez????! e penso "Arrancou o cabelo todo ao Martim??? Fez explodir alguma sala???? Enfiou a cabeça do antónio nas grades???? Arrancou as penas ao patolas (papagaio sem patas que é a mascote da creche)?????"
"Olhe, distraímo-nos 2 minutos, ele conseguiu abrir a cancela para a parte das caminhas, sentou-se sentadinho no chão, como nunca conseguimos que ele fique mais de 4 segundos seguidos e destruiu TODOS os presentes do Dia da Criança que estamos a fazer há 2 semanas... TODOS"...
Ai que embaraço... aicavergonha... que hoje os paizinhos dos anjinhos do berçário levam com um cartão mal parido por causa do MEU FILHO!!!
Já delineei uma estratégia, porque graças a deus tenho uma mãe disponível e amorosa que me permite oferece-la para cair nas boas graças das pessoas que cuidam do meu filho enquanto trabalho:

VOUCHER MASSAGEM RELACHAMENTO by AVÓ DO SALPICO

Para Daniela, Maria e Mónica, um vale com direito a uma massagem de relaxamento de 45 minutos, para fazerem voar todos os stresses do dia-a-dia, principalmente os provocados pelo Salpicadas Rabanadas, o meu inferno de miúdo.

Assinado: Mãe e Pai do Rabanetes

quarta-feira, 30 de maio de 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

Mulher sofre, e eu ainda sofro mais

Hoje o dia está lindo, o céu é azul, os passarinhos cantam, estou feliz blablablabla.... Acima de tudo, ADONIS DA MINHA ALMA EU NÃO SEI VIVER SEM TI!!!!

Pois que ontem, depois da correria do final de dia com o meu Rabanadas, os dois exaustos da noite anterior em que ele voltou a virar sardinha fora de água na minha cama, Adonis liga-me pelas 8 a dizer que ainda estava a trabalhar e que ainda tinha de ir às compras do mês... Suspiro. Estou mesmo cansada e queria o meu homem em casa o mais cedo possível, mas acenti, é assim a vida. Ele disse que me ligava quando saísse para ver se sempre ia às compras ou não. Ás 9 liga. "Como é... queres que vá hoje ou amanhã?" Respondo que o meu inferno de miúdo mais querido tinha acabado de adormecer depois de me dar uma sova de xuxa, e que tarde por tarde, que fosse hoje se não tivesse muito cansado.
Deito-me na sala a ver a Fox (ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh que saudades) com uma bolacha no buxo porque efectivamente no frigorífico e despensa apenas moravam 2 pacotes de manteiga. Adormeço pouco tempo depois.
Acordo. Olho á volta toda estremunhada. Situo-me. Sala. À espera do Adonis e dos 300 euros de compras mensais. Bocejo, espreguiço-me e olho para o relógio. 23.10.... ONZEEDEZ?!?!?!?! Ehcaraças mas o homem foi às compras a Marte ou quê?? Ligo-lhe. Toca toca toca voicemail. Dasssse mas tá parvo ou quê? Ligo. Toca toca toca voice mail. Engulo em seco. Levanto-me e vou para a sala de jantar para a janela tentar quebrar a ansiedade com um cigarro que fumo como quem suga a vida. Vejo uma chamada não atendida do Sogro às 22.00. Começo a tremer. 23.20. Olho para a janela meto o ouvido de fora à procura de uma sinal de um carro a chegar. Nada, só as ondas furiosas lá ao fundo e o meu coração a galope na garganta. Cabrão, mato-te se não me atendes desta. Ligo. Toca toca toca voicemail. Começo a ligar freneticamente. Sempre o mesmo. O ar falta-me. Fico no dilema se havia de devolver a chamada ao sogro ou não àquelas horas. Não aguento de ansiedade e ligo mesmo. Nada o sogro só queria falar do carro. No meu coração juro-vos que tinha a certeza que tinha acontecido alguma desgraça.O meu lado lunar dá de si de forma violenta e arrebatadora. Sabia no mais intimo de mim que, tanto amor e cumplicidade só poderiam acabar em desgraça. E agora?... O que faço à minha vida? Mas que porra de vida é a minha sem aquele homem?? Começo a chorar. Belisco-me a tentar acalmar-me. Calma, não sejas histérica, já sabes que as compras do mês são coisa para durar 2 horas ainda por cima feitas pelo meu homem que é uma máquina de comparar preços em busca do mais barato. Sim. Estou a flipar. Xalá acender outro cigarro. Ligo-lhe de novo. Nada. Caraças mas porque é que não atende se me ligou quando saiu?... E agora?... Medo, um medo profundo assalta-me o corpo a alma a mente, devora-me a racionalidade e os pensamentos. 
Heis se não quando o carro chega. 23.45. Adonis sai para abrir o portão e as pernas falham-me, expiro, suspiro, agradeço, tremo... e ameaço-o de morte. Saio lançada, corro-lhe para os braços, bato-lhe no peito, choro, choro com soluços e tudo. És a minha metade, és a minha vida, és tudo! Amo-te merda. E não sei viver sem ti.... 

Afinal Adonis diz que me ligou a dizer que ainda não tinha saído, e ao sair esqueceu-se invariavelmente do telefone a carregar no escritório. Cabresto. Tenho mais rugas por tua causa!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A minha mãe é hippie

Já aqui fiz um relato ou outro sobre o especime que me trouxe ao mundo. Mi madre é das hippies jenuinas que prái andam. Oriunda dos anos 70 é fã de calças largas e coloridas, panos ao pescoço e puseiras nos pés. Continua convencida que os Doors hão-de cá vir actuar, sonha com a India, borrifa-se de jasmim e colecciona pedras do castelo dos mouros.
A minha mãe vive num casinhoto amoroso à beira mar, coisa pequena, alias minúscula que tem direito a um mini jardim de inverno (vulgo varanda carregada de plantas), toneladas de bugigangas, duas tartarugas e um  cão que à primeira vista parece um boi e age como se fosse um cachorro de 3 meses.
Para além de toda esta trapalhada, a minha mãe faz-me o jantar, cuida-me do miúdo e ainda leva coices da minha avó, que agora mora na porta em frente à dela e lhe entra a todos os segundos pela sala a dentro a pedir satisfações. Maneiras que a vemos entre as passeatas ao urso polar que a arrasta pela praia fora, toneladas de roupa que trata para mim e para os meus avós, massagens aos pés dos pescadores reformados e aos quais não cobra porque são mais miseráveis que ela, idas às compras e Rabanadas à mistura, a sua ultima paixão. Última não. Penultima.
Há três dias atrás, vou com o Rabanadas a casa da minha mãe e ela arrasta-me para o quarto dela. Entro de lado, porque a porta não abre toda por causa de troncos com musgo que ela tem como decoração, passo por cima de um buda de madeira e chego ao seu cantinho, que é uma comoda com velas, fotografias, e santinhos, e no cantinho, perto da janela que dá para a praia está uma gaiola com um pardal pequenino.
_ Bebé olhe o piupiu da avó, NÃO É DE SE COMER??????
Digo que sim, que é, porque realmente tenho uma adoração por pássaros e em miúda criámos precisamente um pardaleco que de tão manso que era andava solto em casa e dormia no meu ombro enquanto eu fazia os TPC's. Mas relembro-a que é um bicho carente que tem de ser alimentado de 5 em 5 minutos.
_E eu não sei?! Ás 5 da manhã acordo com piupiupiu, e lá está ele esganado a abrir o bico.
Maneiras que lá andava ela feliz da vida com o piupiu numa caixinha atrás dela para todo o lado.
Hoje de manhã...
_ Tou. Olhe... O piupiu morreu.
Eu riu-me.
_Não se ria. Estou mesmo triste... Porque será que ele morreu? Estava a comer tão bem?... Estou mesmo triste juro...
_ Sei lá mãe, é dificil criar pardais..
_ Eu cá acho que foi frio... Ontem à noite tive mesmo para o deitar comigo que ele estava com as penas todas eriçadas, mas achei que se calhar "o senhor" (seu companheiro) não ia gostar... Merda. Tenho de começar a fazer aquilo que sinto!

Passaro. Bebé. Na cama. E eu sei que ela era capaz. Oh se sei! 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

- PARABÉNS AVÓ!
- Oh querida, obrigada, já lá vão 88 filha O-I-T-E-N-T-A-E-O-I-T-O!
- Bem sei, cruzes tanto ano! Olhe hoje vou aí com o Rabanadas dar-lhe um amasso nessas proteses!
- Ai que bom querida, venha venha, o avô está para ali a dormir desde manhã no sofá... Pena que dos meus admiradores só o "sr X" está vivo, se não aproveitava o avô dormir tão bem e era vê-los a fazerem fila aí à porta só para me saudarem!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dilemas

O menino cresce a olhos vistos. Um disparate de dentes que rebentam todos os dias, carequinha redonda que se vai cobrindo com vagos caracois, joelhos que saiem do chão para dar lugar a uns pésinhos taralhocos, pequenas palavras (ou sons que nos parecem palavras) em situações caricatas.
E está giro o miudo pah, tão giro que dá vontade de comer. Mordo-lhe os dedos dos pés e os joelhos gordos, beijo-lhe a boca e as bochechas, sugo-lhe cada pedacinho de bebé que vejo fugir à velocidade da luz. E a aventura que começa com os contornos de um filme de terror (noites que nunca mais acabam, cólicas, fome desvairada e uma maminha que não suporta tanta avidez, choros incompreensiveis, medo tanto medo no mar de ingnorância que navegamos quando atracamos no porto da maternidade pela primeira vez), começa a tornar-se cada vez mais divertida, cada vez mais informal, cada vez mais carregada de um amor que não acaba nunca. Adaptamo-nos a esta nova realidade em que os nossos desejos (de, por exemplo, aterrar no sofá botar da fox life abraçada a um maço de tabaco e um pacote de bolachas até nao poder mais) passam para 2º plano. Adaptamo-nos e, com o tempo a passar, eles, os pequenos ditadores, tambem se adaptam e vão ficando mais tolerantes com os horários e aquelas regras chatas dos bebés. Mas os desafios não param nunca.
Pois que agora deparo-me com o novo dilema. O que fazer a uma coisinha que não se aguenta de querida que dá mostras de ter um personalidade valente? O que fazer quando ralhamos, dizemos que não, e vemos um sobrolho arregalado uma mãosinha sapuda na cabeça e uma vozinha que grita "MAU MAU MAU?"... O que fazer quando a vontade é agarrar naquela coisa boa e comê-lo com beijos de tanta piada que tem?
Oh jesus, agora é dificil, porque o miúdo descobre piadinhas novas, sabe que tem uam graça descomunal, e não tem medo de N-A-D-A... Cheira que vou ter uma tarefa difícil, oh se vou, para pôr este miúdo nos eixos!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Não gosto de dar enfase ao drama. Já gostei hoje não gosto. Cada vez mais ganho noção da pertinência da dor, da sua individualidade que deve sempre ser respeitada.
Mas não posso deixar de entregar o meu coração à lágrima... Não posso deixar de prestar uma homenagem, breve mas sentida do mais profundo de mim, àqueles que neste momento estão tristes... tão tristes.
Dói-me o coração por vocês...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Dói-me o coração... há coisas que não deviam acontecer nunca. Há coisas que me provocam vómitos na alma e ter vontade de dar chutos na fé...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Estamos em Maio certo? É que assim de repente achei que estava em Novembro, com os pedregulhos de gelo que me cairam no ovni hoje de manhã e com aquelas vaga luz invernosa que me obrigou a ter os médios acesos.
Ah não, espera... em Novembro estava na praia...
EPAH oh Pedro vê lá se atinas que o meu Adonis faz 30 anos no Domingo (T-R-I-N-T-A)  e não tenho espaço fechado suficiente para receber a malta toda lá em casa!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

aiquesono que eu tenho benzádeus....
que o miudo começa a atinar-me nas noites, vai daí resolvem estoirar 45 molares premolares e cisos tudo ao mesmo tempo e o despertador volta a dar de si todas as noites, mais do que uma vez...
eu até tinha pensado escrever sobre o estado na nação, mas a unica coisa que me ocorre é o meu adonis a propor comprarmos toneladas de arroz just incase...

aijasus

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Meu querido avô

Estás presente na minha memória desde sempre. És parte fulcral, uma das mais vincadas raízes que suporta o tronco que hoje me sustenta. Eras o abraço grande, o sorriso aluado, o companheiro crescido das fantasias de criança. Eras tu que me elevavas no ar, tu que me davas a maior moeda do teu bolso sempre que me caía um dente, tinha um mealheiro novo ou simplesmente queria uma pastilha… Eras tu que me levavas sempre ao quisque do jornal e me oferecias o que que eu quisesse, fosse livro de pintura, smurf com gomas ou lápis cor de rosa… foste tu também que incentivaste a minha sede de escrever, oferecendo-me o meu primeiro diário depois de recusado por todos… como me lembro dele, azul com uma  boneca sorridente, cadeado para ninguém me ler a alma e cheirinho a segredo de menina… Foste tu que me levaste na mais excêntrica viagem de barco à vela pela baía de Cascais, munidos apenas de bananas e pão (ração de marinheiro sempre disseste), robe de chambre e sandálias anti-peixe aranha. Sempre me carregaste o ego, tão mais do que merecia, sempre me mimaste sem receio do excesso. Ah meu querido avô, és imenso nessa tua sabedoria, és estrondoso na forma de amar… e hoje fazes 92 anos! Conto contigo outros 92! Parabéns!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Queria escrever sobre o amor... Esse nobre sentimento inspirador de tantas obras de arte, poemas, rasgos de coragem e atitudes altruistas. Queria escrever sobre isso. Sobre essa capacidade infinita de sentir sorrindo, sonhar chorando, esse desejo urgente do outro capaz de nos levar ao abismo.
Queria dar o meu testemunho, mais um apenas, lembrando-me sempre do que fui (e continuo a ser só que de forma mais madura). A eterna romântica desde que me lembro de ser gente, sempre apaixonada, sempre sonhando com a fuga num cavalo branco, largando tudo e todos para dar vida a esse sentimento de raízes platónicas.
Não há quem não chore por amor. Desde da aurora das hormonas que lançamos ao coração o desafio de procurar aquela metade, aquele outro que nos lê sem nada dizermos. E depois há as histórias e contos, impingidos desde que somos apenas crianças e sabemos apenas que o amor é o que o pai e a mãe sentem. Tudo impulsiona a fantasia, tudo torna este sentimento mais exacerbante e exigente. E de facto assim o é tantas vezes. Eu mesma me lancei outrora num abismo romântico e sofrido, um amor sem fronteiras alimentado de si mesmo, angustia sedenta de dor.
Tão bom ter crescido. Bem sei que tenho a rara sorte de amar e ser amada, de ser cumplice no cumprimento de tantos sonhos, mesmo aqueles que nunca me atrevi a sonhar.
Ainda assim acho que posso dizer. Amor não é largar tudo e todos. Amor não é passar por cima de quem quer que seja, não é içar a bandeira que nos torna impunes, salvos de qualquer consequencia só porque estamos apaixonados. Na base de um verdadeiro amor estão valores tão essenciais como respeito pelo próximo. Quando passamos por cima dos outros pela pessoa que dizemos amar, berrando ao mundo a coragem desse acto altruísta, é simplesmente o egoísmo que nos guia por esse caminho mais curto no alcance da prórpia felicidade. E que eu saiba o amor não é egoísta...


há tanto mais a dizer... mas não encontro palavras suficientes

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Perfeição é não ser perfeita!


Fico danada da vida com hipocrisia... Talvez tambem tenha os meus momentos hipócritas e nem dê por isso, mas quanto o meu sensor dispara fico fodida...
A necessidade das pessoas fazerem das suas personalidades as mais fortes e múltiplas, fazerem das suas vidas um filme barato de domingo a tarde, em que tudo é passarinhos e relva e crianças vestidas de igual penteadas e sorridentes a fazerem biscoitos com a mãe (tambem esta depilada, pele hidratada, manicure em dia e toilete perfeita). Esta merda dá comigo em doida.
Amo de paixão a vida que tenho. Mesmo. Amo a minha familia, sou desvairada pelo meu nenuco, aquele pequeno milagre que aterrou de paraquedas na minha vida, arrebatando o melhor de mim, impulsionando um amor tão maior que tudo. Opa mas está longe de ser perfeita. A correria do dia a dia às vezes atropela-me, às vezes lança-me num corropio desvairado em que eu perco a noção de mim mesma. O trabalho, a casa, o miúdo e a constante gestão estou a "dar atenção a mais estou a dar atenção a menos", as sopas, a vida social que tem de ser encaixada em tudo isto. E não é facil. E há dias que me sinto tão cansada que tenho vontade de me atirar para o chão desmaida. Porque temos de ser profissionais perfeitas, mães perfeitas, mulheres perfeitas, amigas perfeitas, uma puta de uma perfeitção que não acaba mais. É aqui que entram os discursos que me arrepiam a espinha. Pessoas perfeitas com filhos perfeitos empregos perfeitos vidas perfeitas. Pessoas que têm tempo para a casa, bolinhos caseiros, roupa dos meninos engomada, promoções a toda a hora pela impecabilidade profissional, cãozinho escovado e desparasitado quinzenalmente, casa que nunca viu cotão.
Pois. Comigo é estranhissimo, devo ser eu, mas a roupa nunca está em dia, o jantar é feito à pressão, o meu Bujix, desgraçado, não é escovado há meses, o meu filho faz birras e tem noites que não me deixa dormir. A casa normalmente está caótica, encontro sempre uma nódoa de sopa ou papa na camisa, e com o cansaço por vezes deixo escapar um mail importante de trabalho. Eh pa... mas é tão boa. Porque depois de um dia cansativo, de uma birra monumental para vestir o pijama à criança, de ter queimado o jantar, e ter errado no trabalho, posso gozar deliciada o pequeno prazer de cagar para a panela queimada, enfiar uma pizza no forno, abrir uma garrafa de vinho branco e conversar com a minha alma gêmea em frente à lareira até não aguentarmos mais. Não é sempre possível, mas quando acontece vale por tudo. Pena dos perfeitos, juro, vivem no cinzento, com medo do preto e sempre aspirando pelo branco!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Minha besta, pára de correr, ainda por cima sempre a olhar para trás, pára um bocadinho, escuta-me, ouve bem o que tenho para te dizer. É escusado andares nesse desenfreamento emocional, nesse constante olá sem o enfase correcto no á, não vale a pena saltares por cima desses altinhos, muito menos te interessa (olha o perigo!) ires nessa loucura com o olho de esguelha a ver o fumo que fica para trás.
De nada vale, ouve bem, porque tu, minha pega desvairada, corres depressa de mais, magoaste-te nas pedras bicudas que tropeças e nem se quer as vês caraças!
Pst, oh Vida dum cabresto.... acalma-te pah, vai mais devagarinho!

(e não é que falta menos de um mês para eusinha estar casada com um trin-tão?!... foda-se....)

terça-feira, 3 de abril de 2012

"Anda bebé, anda à mãe"
E ele abre aquele sorrisão carregado de dentes aos estoiros, abre os braço para um abraço no qual cabe o mundo, e corre 5 passos taralhocos até cair no meu colo...

sexta-feira, 30 de março de 2012

O bom da chuva é mesmo relembrar que o meu ovni é encarnado (mais ou menos encarnado) e não bege.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Eu e o meu ovni temos uma relação dubia

Ontem, na correria típica do final de dia, de mãe trabalhadora em Lisboa e moradora em Colares, chego à estação, corro para pagar o parque, enfio-me no meu ovni (podre, sujo e barulhento) e deparo-me com um cheiro a gasolina altamente intenso. Entro automaticamente em pânico. aijasus que o bogas vai desta para melhor, e pior é que vai comigo lá dentro! Saltei tal e qual canguru para fora do carro, com as mãos a tremer e suores frios. Olho para o tampão da gasolina (não sei se é assim que se diz) vejo uma mancha dubia a escorrer para o chão. É oficial. Estou em apuros. Ligo para Adonis "Brasa que vou morrer que cheguei aqui e o cheiro a gasolina é qualquer e olhei para aquela cena onde se põe gasolina E ESTÁ manchada e agora o que faço tenho medo que o carro expluda!..." ele interrompe o meu histerismo com voz de reunião "Apanha um taxi sei lá, depois ao fim do dia vemos isso. Beijinhos". Tou fodida. Ligo para a mãe para ver se pode ir buscar o meu Rabanadas, mas está na Parede e manda-me logo pedir socorro a um homem. Volto para a estação e vou ter com o senhor simpatico, escanzelado e de bigode do café. "O senhor desculpe mas estou ali com um problema no meu carro, veja bem que cheira imenso a gasolina e está manchado na zona do depósito!!" Ele ri-se, e o senhor do ginásio altamente inchado de esteroides que bebe uma mini ao balcão também. Perguntam-se se tinha enchido o depósito. Confirmo, sim, enchi o depósito hoje de manhã. Perguntam-me se o carro estava ao sol. Confirmo, sim está ao sol. "Então é isso menina, não tem problema, a gasolina evaporou com o calor." Fico desconfiada. Como assim evaporou? "Tem a certeza? Posso ligar o carro??" Eles riem-se, divertidos com a ignorância feminina numa coisa aparentemente óbvia. "Sim menina, pode ligar à vontade...." "DE CERTEZA???? NÃO VAI EXPLODIR??? Olhe que tenho um filho para criar!!"
Gargalhada na estação. Lá confio nos senhores, ligo à mãe pelo sim pelo não. "Mãe, vou ligar o carro.... qualquer coisa já sabe...." e ela abençoa-me e louva-me a coragem, garantindo-me que tudo correrá pelo melhor...
Dramáticas, nós as femeas...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Quero que sejam felizes. Os mais felizes. Quero que se redescubram todos os dias, em cada gesto, em cada momento. Quero que se unam todos os segundos um bocadinho mais. Que se revejam um no outro, que se leiam, entendam, consolem. Quero que saibam partilhar sorrisos, quero que limpem as lágrimas um ao outro. Quero que se envolvam na construção de uma nova vida, quero que se entreguem sempre e cada vez mais à paixão. Quero que saibam saltar todos os obstáculos com a leveza que vos define. Quero ver nos vossos olhos, com o andar da vida, com a ramificação da família, aquele brilho que vi no sábado. Tenho orgulho em ter sido testemunha de um momento tão mágico. E quero para vocês o mesmo que tenho conseguido para mim. Amor agora. Amor para sempre.

sexta-feira, 23 de março de 2012

testosterona where are you?

Estou preocupada, profundamente arreliada mesmo, com a crise de testosterona que se está a enraizar neste nosso país de ex "can ai put same creme in iór bák", ex forcados manchados de sangue de toiro, ex toreiros, ex machos latinos. Talvez seja da troika, e os novos mandamentos que nos mandam ajoelhar e rezar. Talvez seja mais profundo que isso, talvez sejam o movimento feminista mas ao contrário, não um machista mas um meteroista, qualquer coisa assim, que leva os nossos ex machos encorpados, suados e queimados pelo sol, a porem base, escolherem alpergatas a combinar com a encharpe, num movimento louco de rebeldia, o mesmo que levou as nossas antepassadas a queimar soutiens à maluca.
Não sei. Sei que acho profundamente assustador as amostras de homens que vejo passar por mim na rua, bambuleantes e vaidosos, orgulhosos da pochete chanel, femininos no andar e no falar. Triste o que se lê por aí, homens que são homens, mas que competem furiosamente com as mulheres sobre quem chama mais atenção, quem usa primerio o secador pela manhã, quem pode levar hoje a dita pochete chanel.
É triste e procupa-me.... mais do que a troika, juro-vos! Qualquer dia não sabemos que é quem! Viamos na geração dos 90 uma disputa moderna de quem veste as calças lá em casa... agora são unhadas entre os dois atrás da saia de lantejolas!
Adenda: lá por casa está tudo bem, não se assustem, o meu Adonis tem as claças bem vestidas e não faz ideia do que é uma base. Este post foi inspirado num senhor que vi na rua, e que à conta de me ter esuqecido hoje dos óculos em casa mirei invejosamente durante alguns segundos numa de "quem me dera ter aquela cintura e quela toilete"... cenas de gajas, lá está!

quinta-feira, 22 de março de 2012

nonsense

Está um frio do caneco!
Está um trânsito do escafandro!
O meu filho está cada vez mais giro!
O meu Adonis está cada vez mais delicioso!
O meu cão está cada vez mais paneleiro!
Odeio greves já vos disse? Era matá-los a todos à paulada!
E o céu azul?

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ando à busca dentro de mim de uma âncora, uma âncorazinha que seja, que faça este barco gigante e à deriva que tenho dentro de mim se fixe minimamente para poder começar a escrever a sério... Uma âncora, só isso!

terça-feira, 20 de março de 2012

caos

Adónis começa com uma ligeira dor de garganta. Abandono-o mais Rabanadas álámulhermoderna e parto rumo a um babyshower.
Vou trocando sms's porque sou moderna mas paneleira. Adónis não se sente famoso, Rabanadas não dorme a sesta. Chego à noite. Rabanadas dorme. Adónis arde em febre.
Domingo chega chuvoso. Salpicadas acorda as usual pelas 6.30. Dou-lhe biberão e deixo Adónis em reposo na cama. Quando lá volto o febrão está nos 40 apesar dos benurons a meio da noite. Telefono ao médico da zona para vir ver o meu mais que tudo que geme a ferver na cama. Rabanadas no andarilho reclama atenção com uma boca a estoirar de dentes e boqueiras. O cano do lava loiças resolve também reclamar e entope. Mas entope mesmo entupidinho, com direito a uma água gordurosa e escura que teima em não escorrer. O médico chega, e o Salpico quase me deixa fora de casa tentando fechar a porta comigo lá fora.
A casa está um caos, ainda não consegui tomar banho, o médico passa um antibiótico, benurons e tolhas molhadas na testa do meu homem ardente.
Rabanadas não dorme. O cano entupido dá de si depois de eu tentar furiosamente desentupi-lo, e resolve verter aquela água nojenta por baixo. A cozinha inunda. Rabanadas tem fome e sono porque recusa-se a dormir a sua sesta matinal. Aqueço o almoço do pecarruchas e faço um peixinho para o Adonis. Patino na água nojenta da cozinha tentando socorrer dois homens.
Dou de almoço a 1. Dou de almoço a outro. Limpo o que consigo da cozinha. Deito o pequenino que finalmente adormece. E peço a todos os santinhos que façam Segunda Feira chegar rapidamente porque Domingo ainda só vai a meio...

Adonis já está melhorzito, Salpico já está na creche, e eu já estou sentadinha no meu posto, de banho tomado e alegria de estar parada!

sexta-feira, 16 de março de 2012

está de chuva

e eu estou num dilema...

acendo a lareira
não acendo a lareira
acendo a lareira
não acendo a lareira
acendo a lareira
não acendo a lareira
acendo a lareira
não acendo a lareira
acendo a lareira
não acendo a lareira
acendo a lareira
não acendo a lareira

terça-feira, 13 de março de 2012

Apelo divino

Querido Produtor da Vida (Deus, Alá, Destino, Coincidência divina, whatever),
Venho por este meio fazer-te um apelo desesperado, a favor das fêmeas das próximas gerações. Assim como nos foste descascando de pêlos, aumentando a testa, retirando cisos e esticando a coluna, peço-te encarecidamente que tenhas em atenção para os próximos updates as dores que nos torturam todos os santos meses, excepto nos 9 meses quando estamos enjoadas, inchadas e com azia por estarmos a gerar vida dentro de nós.
Grata,
Femea sofrida.

É que ainda por cima é um tema tabu, a malta pergunta, ehcaraças que cara de cu é essa, está tudo bem? E nós, sim, tudo bem, é só uma dor de cabeça, quando nos apetece mesmo é mandar tudo póraioqueoparta e mandarmo-nos para o chão aos pinotes à là birra de 3 aninhos