quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Dois anos, faz amanhã....
Faz amanhã dois anos que a tua madrinha me acordou de um sono drogado e irreal mas me entregar, só por meio minuto, essa pessoa pequenina, linda de morrer, perfeita, que há tanto tempo, já eras tu..
Faz amanhã dois anos que o meu coração triplicou de tamanho para te receber por inteiro, para entrares, reinares, e me ensinares este amor tão grande que é o de ser mãe, a tua mãe...
Faz amanhã dois anos que comprovaste o que eu já sabia e transformaste o homem que amo no melhor pai do mundo... E também por isso o passei a amar um bocadinho mais.
Dois anos, meu amor... Já faz dois anos que de miúda passei a mulher, dois anos que reencontrei uma fé que não sentia desde criança, dois anos que fui mais, cresci mais, formei-me mais, com essa pessoa pequenina, que desde sempre, já eras tu.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Confesso que sou um bocado "desligada" dessas coisas. Desligada no sentido egoísta da coisa, no sentido de ainda tenho o meu ordenado e seguro de saúde e CH em ordem. Desligada porque, apesar da crise, a minha vidinha corre normalmente. Acordo com o despertador as 6:15, tomo o pequeno almoço a correr, quando tenho tempo lambo a minha cria, tomo duche, arranco para o comboio. Pago o passe, chego ao trabalho, faço log in, abro e-mails, pago a creche, a luz, a zon, e a água (que apesar de bancária sou conta débitos em conta, depois da valente debitada de milequarentaetrês euros de luz). Ao fim do dia, apanho o miudo na escola, pergunto como se portou, ena, já fez chichi no penico, ponho-lhe o casaco, o gorro, mais beijos, carro conosco. Canto o Noddy, dou-lhe banho, faço jantar e chega Adonis. Beijo na boca, dança de caricas os maricas a três, chá, bonecos e cama com o pequeno. E depois somos nós. Só então temos ordem de soltura para os medos, às chatices, as questões então e o amanhã? Falar com um copo de vinho, falar sem medo, e se mandassemos tudo à merda, e se largássemos tudo?... Falar só porque sim, sem filtro, sem racicíonio prévio, mandar cá para fora tudo tipo gastroentrite emocional. Txim txim meu amor. Lá dentro o miúdo dorme, no seu quarto aquecido e colorido, no forno torra uma pizza caseira, a garrafa de vinho vai a meio, lá fora está frio e ouvem-se as corujas e o mar. E se largássemos esta merda toda?....
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Hoje foi dia de santo ordenado, la no sítio onde trabalho. Hoje recebi o que vou passar a receber para o resto de dois mil e... Trinta e quatro? Sei lá, foda-se, o que sei é que fui comida à grande pelo cabresto do vi...tor...gas...par mais a sua patrulha de comiloes de ordenado alheio. Violaram-me o ordenado, e não posso fazer queixa a ninguém! O que sei é que pago taxas com sobretaxas, tal e qual um milionário com a diferença de uns quantos zeros no que fica líquido para pagar a vida, que entretanto está mais cara. Pois que quem me lê já me vai conhecendo, que de comuna só tenho a roupa estragada, acho o conceito de igualdade bonito mas não é eficiente, não me venham cá com merdas que se recebessemos o mesmo por fazer muito ou nada, era a nadar que todos estávamos, mas caramba, isto já é de mais! Gaspar, filho, grandola pra ti e pó coelho aqui da fascista tata, heim! Ide, como diz o outro, tomar no traseiro. Vou ali pagar a creche do miúdo e já venho...
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Isto de ser mãe
E não, nem sempre adormeces sozinho, às vezes ainda me acordas, não dizes otorrinolaringologia, e cagas a sala toda às refeições... Mas ris-te quando dizes mãe, e tudo o que eu quero de ti é que sejas feliz...
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Tão pouco pode fazer a diferença
Estaciono o carro. Guardo o tablet- cujo GPS me orientou até aqui- depressa na mala, não vá ninguém estar a ver-me e ainda ser assaltada. O prédio, no bairro social com má fama, não tem varandas. Fico sem fôlego a subir as escadas até ao terceiro andar.
Bato à porta, nervosa. Relembro-me do horror das "visitas domiciliárias" que era obrigada a fazer enquanto trabalhei na Casa Pia. Não gosto de ser invasiva mas a enfermeira que me acompanha pediu-me ajuda. Irá fazer o penso ao rapaz que tem uma escara no pé. Das feias. Seria importante eu conhecê-lo, diz ela. Voltei a ser psicóloga social.
Lá dentro o Isnaba abre-nos a porta. A casa imaculada e limpa tem poucos móveis, importante para que o Isanaba se consiga mover à vontade, na sua cadeira de rodas. 17 anos, cor de chocolate, grande, extraordinariamente bonito. Recebe-nos com um sorriso.
Olha-me nos olhos, não me teme. Foi atropelado na província, lá na Guiné e ficou paraplégico. Ri perante as minhas tentativas de arranhar o crioulo, que a minha amiga Catarina me ensinou. Veio para Portugal tentar voltar a andar, o pai morreu entretanto e o tio paterno prometeu fazer tudo por ele. E fez. Trouxe-o para Portugal, mudou toda a sua vida para perseguir o desejo do sobrinho voltar a andar, trouxe a mulher, depois as filhas, a mais velha chegou há um mês. Já não via os pais há muito tempo mas sabia que os pais vieram fazer o que tinha que ser feito, ajudar o primo, porque a família é responsabilidade de todos. A mãe do Isnaba e os irmãos ficaram lá na Guiné, telefonam-se quando há dinheiro.
O Isnaba não se queixa. Adora o tio. Serve de skate humano para a prima pequenina, que se põe em pé no seu colo, enquanto ele faz deslizar as rodas da cadeira. São oito pessoas agora lá em casa para três quartos. Um é só para o Isnaba, os outros membros da família desdobram-se entre beliches, esteiras no chão e um sofá de pele corcomida que lhes ofereceram. Nunca se queixam. "Quando eu começar a andar vai valer a pena o sacrifício de todos. Vou compensá-los".
O Isnaba não vai à escola desde que saiu do hospital. As enfermeiras do centro de saúde têm-lhe feito o penso ao domicílio. Sente falta de ver gente diferente, sorri o Isnaba e pisca-me o olho, galanteador. "Às vezes- todos os dias- venho aqui para a janela e vejo a vida lá fora. Tenho saudades da chuva. Na Guiné chove muito, sabe?". A Câmara Municipal está a tentar encontrar um apartamento num rés-do-chão para a família do Isnaba, em que uma simples rampa possa ser a ponte para o mundo, ainda que um mundo sobre as rodas que, dificilmente, abandonará.
Entretanto, faz-me um click: um computador. Preciso de um computador com ligação à Internet. Um computador que lhe traga notícias do Mundo, vídeos da Guiné, quem sabe a integração num projecto de tele-escola. Preciso de um computador que lhe traga um facebook, poder reencontrar os ex-colegas da enfermaria do hospital, novos amigos. Preciso de abrir o Mundo para o Isnaba, ainda sem chuva, ainda que abrindo-lhe apenas mais uma janela.
O Isnaba não sai de casa há meses, um ano talvez e os seus 17 anos fazem-no crescer e um dia o Mundo talvez não lhe caiba. Preciso de um computador para lhe devolver, devagarinho, o Mundo. Um computador. Para começar.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Dia dos namorados
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Adónis já regressou da neve
O crianço já está crescido (valha-me deus que está quase com dois anos) e a interação é cada vez mais... como dizer.... mágica. Isso. Mágica, sem comparação possível. Conversámos (ele responde-me com "Dim's" e "Não's" e "Mais's" e "MAUMAU's" mas percebe tudo que lhe digo), brincamos, vemos televisão enroscados, ele olha-me nos olhos, assim olhar mesmo e diz que me ama quando passa aqueles dedinhos gordos na minha cara. Mas sem dúvida, maternidade a dois é bem mais fácil...
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Há jovens grávidas carenciadas a quem os técnicos da Segurança Social estão a aconselhar a abortar, apesar de manifestarem o desejo de ter os filhos. A denúncia é feita por associações da sociedade civil, que asseguram haver casos em que é dito às mães que a consequência de prosseguirem com a gravidez será ficarem sem a criança.
«Cada vez conheço mais casos desses. Muitas vezes, são raparigas que estão até institucionalizadas e que são pressionadas para abortar», afirma Leonor Ribeiro e Castro, do grupo pró-vida Missão Mãos Erguidas. A ameaça, conta a activista, é clara: «Dizem-lhes que, se não abortarem, tiram-lhes os bebés. Há uma cultura de medo, que é preciso denunciar. Isto não é proteger os menores. Há coacção psicológica».
Leonor Ribeiro e Castro diz que, muitas vezes, as gravidezes chegam até ao fim e é através de advogados do movimento que lidera que as mães lutam pela guarda da criança. «Tive um caso de uma mãe que, após uma cesariana, esteve quase dois meses a dormir numa cadeira num hospital, porque se recusava a sair de lá sem o filho e tinha medo de ficar sem ele. Elas sentem isto como um castigo por não terem abortado
in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=67782
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
A verdade é que as vezes instala-se um desânimo... Não é bem desânimo, como dizer... Incomodo vá, incomodo na alma. Pode ser do eixo que rodam as hormonas nesse momento, pode ser dos flashs invasivos e barulhentos, esses cabrestos desses headlines que me entram pelos olhos a dentro sem a minha permissão... Crise, cortes, desemprego e o caralho. Pode ser tanta coisa. Mas a verdade é que tenho alturas que sinto mais isto, este incomodo na alma...
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Porque não tens escrito tata?
Porque nem sempre a inspiração me invade, porque ando (maldita palavra) cansada, porque o meu miúdo sofreu o seu primeiro trauma com o meu fim de semana em Paris e a carência tomou posse de 89% da sua personalidade, porque fiquei com uma gastroenterite e o meu minorca, que não pode ver nada, imitou-me, porque voltei a fumar e o arrependimento é nulo, porque enfim, a vida tem corrido depressa. E é isso.