quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Aqui estou eu, desde as 7:35 à espera que algum comboio dos declarados serviços minimos, com o maravilhoso som de fundo num looping esquizofrenico 'srs passageiros informamos que por motivos de greve estão a haver ALGUMAS perturbações na circulação' e eu com uma vontade alucinante de me atirar feita desvairada à puta da coluna que me diz esta frase consecutivamente e parti-la ao pontapé..

sábado, 2 de novembro de 2013

Esgotam-se-me os temas as vezes... não é bem os temas, é a forma de os mandar cá para fora. Escrever sempre  foi para mim uma lavagem da alma e do coração. Neste momento estou para aqui cheia de vontade de escrever mas nem sei bem por onde comece. Tenho como som de fundo as gargalhadas completamente histéricas do meu salpico, que brinca com o meu adonis numa tentativa de adiar o banho. Acendi a lareira, e está uma noite linda, aqui no campo onde moro.
Hoje trouxe a minha avó cá a casa. Aproveitamos o sol e sentamo-nos lá fora. comemos ameijoas e salmão grelhado, a acompanhar um vinho do meu cunhado. Ouvia-a, meu deus como adoro ouvi-la, lá no alto da sua sabedoria de 89 anos, toda ela muito direita, toda ela impecável  e divertida com o seu copo de vinho. Diz-me que viver é bom. Só assim. Olha filha, que coisa tão boa estar aqui consigo, dê-me cá mais um copinho, viver é tão bom não é? E eu sorrio. Caramba, às vezes inquieto-me com merdices que não interessam ao menino Jesus, e vem a minha avó, senhora de si e do mundo, que enterrou em dois anos um filho e o seu companheiro por 68 anos de vida, e diz-me, sorrindo matreira atrás do vinho que beberica, que viver é bom. Toma lá e embrulha. É isso mesmo, viver é bom....