sábado, 17 de setembro de 2011

O adeus que nunca te direi

A vida perde-se na rotina. O segundos atropelam-se com obrigações e correrias. O tempo passa, a paciência esgota-se, o tempo imperativamente passa. Sem perdão ele vai e não tem misericórdia dos que, como eu, se deixam afogar no dia a dia. E ficam sempre palavras por dizer. Ficam sempre sorrisos por entregar, tempo a ceder aos que nos rodeiam. Que amamos, sim, sem duvida que amamos. Mas o tempo passa e não o perdemos com eles, porque não faz mal, fica para amanhã. E depois, derepente, tal e qual punhalada nas costas, o segundo virou, e a oportunidade de virarmos a cara para o lado, descentrarmos o coração do nosso próprio umbigo para cedermos uma palavra simpática, um gesto de generosidade, uma pequena prova de amor, por mais infima que seja, esvai-se para sempre, sem piedade. E então apodrecemos a alma com remorsos, porque podiamos ter parado um segundo para sorrir, podiamos ter estendido a mão, podiamos, podiamos, podiamos... Mas não o fizemos. E sempre, quase sempre fica entalado na garganta o adeus que nunca te direi.

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