sábado, 2 de novembro de 2013

Esgotam-se-me os temas as vezes... não é bem os temas, é a forma de os mandar cá para fora. Escrever sempre  foi para mim uma lavagem da alma e do coração. Neste momento estou para aqui cheia de vontade de escrever mas nem sei bem por onde comece. Tenho como som de fundo as gargalhadas completamente histéricas do meu salpico, que brinca com o meu adonis numa tentativa de adiar o banho. Acendi a lareira, e está uma noite linda, aqui no campo onde moro.
Hoje trouxe a minha avó cá a casa. Aproveitamos o sol e sentamo-nos lá fora. comemos ameijoas e salmão grelhado, a acompanhar um vinho do meu cunhado. Ouvia-a, meu deus como adoro ouvi-la, lá no alto da sua sabedoria de 89 anos, toda ela muito direita, toda ela impecável  e divertida com o seu copo de vinho. Diz-me que viver é bom. Só assim. Olha filha, que coisa tão boa estar aqui consigo, dê-me cá mais um copinho, viver é tão bom não é? E eu sorrio. Caramba, às vezes inquieto-me com merdices que não interessam ao menino Jesus, e vem a minha avó, senhora de si e do mundo, que enterrou em dois anos um filho e o seu companheiro por 68 anos de vida, e diz-me, sorrindo matreira atrás do vinho que beberica, que viver é bom. Toma lá e embrulha. É isso mesmo, viver é bom....

2 comentários:

  1. E do texto sobressai essa harmonia. É mais difícil escrever harmonia do que o seu oopsto? É. Mas uma vez passada a palavras escritas, é bom, muito bom encontrar esses momentos em que tudo parece bater certo.

    Boa noite!

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  2. Xilre, adorei o teu comentário... e confirmo, é tão mais dificil transposr harmonia por palavras, ainda bem que a conseguiste captar :)

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