segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Quando andamos a correr, egoístas no nosso pequeno dia a dia, queixosos da rotina, do comboio que vem atrasado ou da noite mal dormida, não nos apercebemos da sorte que temos pelo simples facto de nos podermos dar ao luxo de estar chateados com pintelhices. Como ser humano que somos, por norma, não dizemos ou sentimos que somos assim mesmo felizes. Porque somos ingratos e havia sempre algo mais que podíamos ter...
Eu própria sou assim. E neste momento estou zangada. Zangada comigo, zangada com a vida , zangada com Deus. 
A vida brinda-nos às vezes com pessoas maravilhosas. Pessoas que nos ensinam quase que com uma chapada de luva branca neste focinho egoísta e ingrato, que nos devíamos mandar para o chão e agradecer. Só agradecer, parar de exigir e contemplar pelo menos 5 minutos por dia o céu azul, a gargalhada dos nossos filhos, o jantar na mesa, a saúde que temos. 
Estou triste, tão triste. Minha tia valente, minha tia do cancro teimoso, esse cabrão que te vence agora, ensinaste-me tanto com a tua persistência e coragem. Ensinou-me esse vosso amor, essa vossa entrega aquilo que realmente é importante. Descansa agora que mereces... Mas deixa-me que chore zangada, só por hoje, por não entender esta puta de injustiça. Um beijinho do tamanho da sua fé...

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Querida Ana Rita, obrigada por me lembrares de tudo isto que tenho para agradecer!

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  3. É verdade... O mais simples é sempre o mais importante. E são tantas as vezes que tomamos as coisas por garantidas sem lhes apreciar a importância...

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