quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Som terrível este do despertador. Abro os olhos saída à bruta de um sonho agitado e estranho, ponho o telefone no silêncio e viro-me de barriga para cima. Está escuro lá fora e chove miudinho. Tenho 4 minutos para acordar mesmo acordar, aquele acordar que implica levantar. Está escuro lá fora, e chove miudinho. Os miúdos dormem no quarto ao lado, ouço-lhes o respirar sempre ranhoso nesta altura do ano. Tenho 4 minutos para acordar mesmo acordar, aquele acordar que implica levantar. Fecho os olhos só mais um bocado, tenho a cabeça confusa ainda sobre o que é sonho ou real, e lá fora está escuro e chove miudinho, tenho ainda três minutos para me levantar. Ao meu lado a minha metade, quando o sinto perto de mim assim descansado a dormir, tenho vontade de congelar o tempo só por um milhão de anos para apreciar devidamente aquilo que é a paz de um grande amor. Suspiro. Sei que já tenho a roupa escolhida para o novo dia, o café já está colocado no filtro só falta aquecer a água e, por isso, tenho ainda dois minutos para acordar mesmo acordar, aquele acordar que implica levantar. E está escuro lá fora, e chove miudinho. Lembro-me do salpico ficar de beicinho e dizer-me, mãe tira isto, faz-me triste, porque estão a tirar a princesa a ele? Era só um videoclip, e era só uma fã ser arrastada em braços depois de se atirar ao michael jackson, mas o meu caracóis de sol ficou triste, porque não se tiram assim as princesas a eles. E ele tem razão.
Abro os olhos. A calma da madrugada. Deprime-me e adoro-a. E se eu arriscasse? E se...
O despertador toca por fim, zero minutos para acordar mesmo acordar, aquele que implica levantar. E levanto-me para a vida ao cronometro.

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