sexta-feira, 31 de maio de 2013

A vida que é corno

Ás vezes a vida é corno. Não sei como algumas pessoas conseguem, acho que eu mesma sem dar por ela consigo, não sempre, mas às vezes, mas como eu dizia, sendo a vida corno, que às vezes o é, há pessoas que conseguem ser alegres.
Ser alegre não é ser feliz, até porque felicidade não conjuga com o verbo ser, conjuga antes com o estar, e por isso devemos sabê-lo e aproveitá-lo, quando assim estamos. Ser alegre é já característica, traço de personalidade, ser alegre é mais difícil, porque estar feliz, depende de fora, ser alegre vem de dentro. Estou agora a ler o maravilhoso Mar Morto do grande grandíssimo Jorge Amado. E que escrita aquela, que lá está, relata o triste de forma alegre, jovial, tão tão invejável quem sabe ser assim.
Mas estou-me a perder, isto é porque tenho o coração num tumulto que só visto, o que eu queria dizer, é que a vida, essa pega traiçoeira, é corno, é mesmo filha da mãe, e lá está, resolve pegar em quem está feliz, e lançar-lhe um cancro, uma morte, uma dor funda e escura, um toma lá e vê o que fazes agora com isto tudo. E é corno mesmo, uma merda, uma injustiça pegada, que isso de justiça está-se cagando a vida, não sabe o que é e corre tudo a eito. Mas há quem seja diferente, há quem cale a própria vida, e tantas vezes a própria morte, e receba estas rasteira, enfrente a vida pelos cornos, e seja, ainda assim, alegre... E cala-nos, cala-vos, cala tudo, ensina-nos, nós que temos pena de nós, nós que até estamos felizes, mas não sabemos ser alegres, ensina-nos pois, a olhar para dentro, para o que temos, o que queremos, e valorizar a vida, essa grandessíssima cabra.
Tia valente, tia querida, tia das sms's e mails quando a minha vida pregou-me rasteira, tia do campo e passarinhos, tia mãe, tia mulher, tia do cancro que está teimoso, a sua pessoa inspira-me... a sua alegria vencerá esta merda toda.

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