Ando numa fase boa. E má. Já passaram mais de dois meses desde que
deixei de fumar, e ando bem. Engordei, detesto sentir o botão apertar em
esforço, mas diz que estou com a pele mais bonita. Agora venho no comboio a
fazer uns exercícios abdominais, impecável, ninguém repara que estou sem
respirar e a contorcer os músculos que tenho por de trás da xinxa.
O meu adonis também deixou de fumar e,
benzádeus, que se era maravilhoso, agora está extraordinário. Lindo que dói.
Estamos os dois numa fase boa.
Mas inconscientemente, fica uma espécie de
uma raivinha interior, uma lagrimazinha fácil, uma coisa difícil de explicar
mas que, traduzindo por palavras é algo como "falta qualquer coisa".
Não é desesperante, mas é uma moinha que às vezes é fodida. 99% do meu dia estou
certa que nunca mais voltarei a fumar. Ms depois há aquele 1%, depois de uma
noite má, ou algo que o valha, que penso por micro segundos: what the fuck, só se vive uma vez.
Estou-me cagando para o tabaco, estou livre
dessa merda e isso é bom.
Ando numa fase boa. E má. Tenho mais
energia, mas também tenho mais ... como dizer... sentimento?! Não sei, a minha
pele transpira cenas, ora raivas, ora amores, ora vontade de chorar, ora vontade
de rir.
O meu filho mais velho teve um aceso de loucura e mandou fora as
chuchas. E eu tive vontade de chorar, quase me atirei aos seus pés aos berros:
NÃO FILHO PELAMORDEDEUS PARA IMEDIATAMENTE DE CRESCER! Mas contive-me, bati
palmas, dei-lhe gelados e uma merda caríssima que atira um minion pelo ar.
Às vezes odeio ser mulher. É muito sentimento para um coração só.