segunda-feira, 21 de março de 2016

Senta-te aí. Bem à minha frente, olha-me nos olhos e ouve-me. Ontem esteve sol, lembras-te? Sentaste-te lá fora, carne ao lume e um copo de vinho branco. O pequenino dormia, e o grande pediu-te para ver descalso no sofá da sala a história do menino Jesus. O que sentiste?...
Senti... Paz. 
Paz, num momento tão simples, num momento que é uma fotografia da tua vida... Porque choras?
Choro porque sei que sou feliz. Mas não sei eternizar aquilo que sei que sou, nos momentos mais simples da minha vida. Choro porque na ânsia do amanhã deixo tantas vezes fugir o agora. Esse agora que  me falas e que é meu, e que tantas vezes me passa despercebido. Choro de cansaço de mim mesmo, da ingratidão que por vezes me inunda no meu egoísmo, tão cego da pena que tenho de mim mesmo... Choro... Não sei porque choro.
Olha para mim... Lembras-te do sol de ontem? Do som do teu lar, do cheiro dos teus? Lembras-te?
Lembro...
O que sentiste?
Paz... Senti tanta paz que achei que ia parar de bater.
Então lembra-te sempre disso. Basta isso.


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