sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Deito-me sempre cedo. Tenho o corpo dorido pela alma.
O sono normalmente tem um efeito devastador em mim. Baralha-me as ideias, chocalha-me sentimentos, toda eu escorrego entre aquilo que é racional e emocional, trocando um por outro a todos a cada virar dos segundos.

Ontem deitei-me, como é habitual, (muito) cedo, e veio comigo a minha primeira obra de arte, em vias de fazer 5 anos. Não sei explicar o efeito que uma mão gorducha cheia de anos tem em mim, mas é assim brutal. Agora sem sesta, ele adormece em mais ou menos 2 segundos.
Fiquei a olhar um bocadinho para ele, o meu loiro bonzinho, ali na calma do lar, na segurança que a minha cama lhe transmite. Ao menos isso. Sei que dorme sossegado, deve sonhar com spider mans, corridas nos pinhais, tablets cheios de jogos e sacos carregados de coijasboas. Fecho então os olhos, e passa na minha cabeça o dia confuso quer vivi. Emails apressados. Trocas de mensagens em alvoroço. Mãe com dores de costas e eu sem tempo para a falta de tempo.

Abro novamente os olhos. Ao menos isso. Ele dorme sossegado. Consigo até ver-lhe um sorriso, aposto que está a comer coijasboas mascarado de spider man.




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