terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Paira uma bruma de péssimismo aqui no cume dos Ibéricos... Não falo do péssimismo saudosista que banha o fado Lusitano. Falo de um desdém, de uma entrega passiva e deprimente à falta de esperança.
Vejo todos os dias na fila interminável do Centro de Emprego logo às 7 da matina, vejo no telejornal, vejo nos amigos, todos em debandada para o "estrangeiro" aconselhados pelos próprios chefes de Estado.
E tenho pena, a sério que tenho, porque acho ainda a minha triste pátria a mais bonita, nas suas linhas banhadas por mar, na luz de lisboa, no cheiro a lareira na rua onde vivo. Tenho pena porque acho-nos capazes, acho-nos audazes, nós os autores dos Descobrimentos e dos Lusíadas. Mas está-nos nas alma esta inércia apenas espantada no cume do perigo. Está-nos na alma o não protestar, as revoluções de cravos, o "vai-se andado" que não é sim nem é não.
Porque os ingleses fazem planos para os seus que cá desfrutam o que naquela ilha gélida não encontram, e nós, inerciamente continuamos o dia de amanhã igual ao de hoje, invitavelmente igual ao de ontem... Até ao dia... Só até ao dia que espevite o medo para pormos as garras de fora.

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