sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dilemas

O menino cresce a olhos vistos. Um disparate de dentes que rebentam todos os dias, carequinha redonda que se vai cobrindo com vagos caracois, joelhos que saiem do chão para dar lugar a uns pésinhos taralhocos, pequenas palavras (ou sons que nos parecem palavras) em situações caricatas.
E está giro o miudo pah, tão giro que dá vontade de comer. Mordo-lhe os dedos dos pés e os joelhos gordos, beijo-lhe a boca e as bochechas, sugo-lhe cada pedacinho de bebé que vejo fugir à velocidade da luz. E a aventura que começa com os contornos de um filme de terror (noites que nunca mais acabam, cólicas, fome desvairada e uma maminha que não suporta tanta avidez, choros incompreensiveis, medo tanto medo no mar de ingnorância que navegamos quando atracamos no porto da maternidade pela primeira vez), começa a tornar-se cada vez mais divertida, cada vez mais informal, cada vez mais carregada de um amor que não acaba nunca. Adaptamo-nos a esta nova realidade em que os nossos desejos (de, por exemplo, aterrar no sofá botar da fox life abraçada a um maço de tabaco e um pacote de bolachas até nao poder mais) passam para 2º plano. Adaptamo-nos e, com o tempo a passar, eles, os pequenos ditadores, tambem se adaptam e vão ficando mais tolerantes com os horários e aquelas regras chatas dos bebés. Mas os desafios não param nunca.
Pois que agora deparo-me com o novo dilema. O que fazer a uma coisinha que não se aguenta de querida que dá mostras de ter um personalidade valente? O que fazer quando ralhamos, dizemos que não, e vemos um sobrolho arregalado uma mãosinha sapuda na cabeça e uma vozinha que grita "MAU MAU MAU?"... O que fazer quando a vontade é agarrar naquela coisa boa e comê-lo com beijos de tanta piada que tem?
Oh jesus, agora é dificil, porque o miúdo descobre piadinhas novas, sabe que tem uam graça descomunal, e não tem medo de N-A-D-A... Cheira que vou ter uma tarefa difícil, oh se vou, para pôr este miúdo nos eixos!

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