terça-feira, 29 de maio de 2012

Mulher sofre, e eu ainda sofro mais

Hoje o dia está lindo, o céu é azul, os passarinhos cantam, estou feliz blablablabla.... Acima de tudo, ADONIS DA MINHA ALMA EU NÃO SEI VIVER SEM TI!!!!

Pois que ontem, depois da correria do final de dia com o meu Rabanadas, os dois exaustos da noite anterior em que ele voltou a virar sardinha fora de água na minha cama, Adonis liga-me pelas 8 a dizer que ainda estava a trabalhar e que ainda tinha de ir às compras do mês... Suspiro. Estou mesmo cansada e queria o meu homem em casa o mais cedo possível, mas acenti, é assim a vida. Ele disse que me ligava quando saísse para ver se sempre ia às compras ou não. Ás 9 liga. "Como é... queres que vá hoje ou amanhã?" Respondo que o meu inferno de miúdo mais querido tinha acabado de adormecer depois de me dar uma sova de xuxa, e que tarde por tarde, que fosse hoje se não tivesse muito cansado.
Deito-me na sala a ver a Fox (ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh que saudades) com uma bolacha no buxo porque efectivamente no frigorífico e despensa apenas moravam 2 pacotes de manteiga. Adormeço pouco tempo depois.
Acordo. Olho á volta toda estremunhada. Situo-me. Sala. À espera do Adonis e dos 300 euros de compras mensais. Bocejo, espreguiço-me e olho para o relógio. 23.10.... ONZEEDEZ?!?!?!?! Ehcaraças mas o homem foi às compras a Marte ou quê?? Ligo-lhe. Toca toca toca voicemail. Dasssse mas tá parvo ou quê? Ligo. Toca toca toca voice mail. Engulo em seco. Levanto-me e vou para a sala de jantar para a janela tentar quebrar a ansiedade com um cigarro que fumo como quem suga a vida. Vejo uma chamada não atendida do Sogro às 22.00. Começo a tremer. 23.20. Olho para a janela meto o ouvido de fora à procura de uma sinal de um carro a chegar. Nada, só as ondas furiosas lá ao fundo e o meu coração a galope na garganta. Cabrão, mato-te se não me atendes desta. Ligo. Toca toca toca voicemail. Começo a ligar freneticamente. Sempre o mesmo. O ar falta-me. Fico no dilema se havia de devolver a chamada ao sogro ou não àquelas horas. Não aguento de ansiedade e ligo mesmo. Nada o sogro só queria falar do carro. No meu coração juro-vos que tinha a certeza que tinha acontecido alguma desgraça.O meu lado lunar dá de si de forma violenta e arrebatadora. Sabia no mais intimo de mim que, tanto amor e cumplicidade só poderiam acabar em desgraça. E agora?... O que faço à minha vida? Mas que porra de vida é a minha sem aquele homem?? Começo a chorar. Belisco-me a tentar acalmar-me. Calma, não sejas histérica, já sabes que as compras do mês são coisa para durar 2 horas ainda por cima feitas pelo meu homem que é uma máquina de comparar preços em busca do mais barato. Sim. Estou a flipar. Xalá acender outro cigarro. Ligo-lhe de novo. Nada. Caraças mas porque é que não atende se me ligou quando saiu?... E agora?... Medo, um medo profundo assalta-me o corpo a alma a mente, devora-me a racionalidade e os pensamentos. 
Heis se não quando o carro chega. 23.45. Adonis sai para abrir o portão e as pernas falham-me, expiro, suspiro, agradeço, tremo... e ameaço-o de morte. Saio lançada, corro-lhe para os braços, bato-lhe no peito, choro, choro com soluços e tudo. És a minha metade, és a minha vida, és tudo! Amo-te merda. E não sei viver sem ti.... 

Afinal Adonis diz que me ligou a dizer que ainda não tinha saído, e ao sair esqueceu-se invariavelmente do telefone a carregar no escritório. Cabresto. Tenho mais rugas por tua causa!

6 comentários:

  1. catano.....até fiquei sem FOLEGO"""
    Antigamnete não havia telemoveis e acho que davamos um maior "desconto" aos atrasos...hoje em dia e com esta maravilhosa técnologia ...basta um esquecimento e entramos em estado de paranoia quase.
    Ufa...ainda bem que estava tudo bem ;)

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  2. Quase nos enta, tens toda a razão, malditas tecnologias!

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  3. Realmente a tecnologia tornou-nos "bestas do imediato" e se não conseguimos falar com alguém em 5 segundos é uma desgraça mas pelo lado positivo os que mais amamos estão à pequena distância de um telefonema( quando não são daquela espécie que tem telemóvel mas invariavelmente não estão com ele)....é a vida.
    e no final estava tudo bem!

    :)beijo

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  4. Porra! Ia ficando sem ar, mulher!
    bjo
    Maria João

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  5. msaperestrelo@gmail.com1 de junho de 2012 às 13:33

    Ana Rita! Revi-me tanto neste teu texto! Quando somos felizes essse medo de perder tudo é tão recorrente! AMAMO-LOS E ODIAMO-LOS ao segundo com essa insegurança que nos trazem não é?! Mas é tão bom :)

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  6. Prima, é bem verdade o que dizes!!! Acho que nunca tinha tido tanto medo na vida!!

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