quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O mar de Sara

- Ninguém sabe o mar que há em mim mãe. Estava calor, a praia estoirava de gente, areia, chapéus de sol e lancheiras. Gritos de crianças, as ondas moles, o homem das bolas de berlim, o casal de velhos, tão surdo que berrava incoerências um ao outro. A mãe desmontava o estaminé, com o pequenino ao colo que chorava com falta de sesta. O pai apanhava os brinquedos espalhados numa extensão de areia muito maior do que a que haviam definido quando chegaram. Sara, sentada na piscina de plástico do irmão, despejava a água para a areia a ferver com a ajuda de um pequeno molde em forma de estrela. - Despacha-te sara, ajuda o pai e trás os brinquedos. Manuel chorava ao colo da mãe, inconsolável sem chucha e sem sesta, o pai entretanto parara e cumprimentava o Nadador Salvador. - Ninguém sabe, mãe, ninguém sabe o mar que há em mim.

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