sexta-feira, 21 de março de 2014

Não sei se vos cheguei a dizer mas...

Na minha primeira gravidez passei os primeiros 4 meses e meio descansadinha da vida, e os restantes em modo automáticópânico. Desta feita, estou desde que fiz o teste de gravidez num aimãeaimãeaimãe dos diabos, e na semana passada relaxei. A mesma ecografia a partir a minha gravidez em duas metades opostas.


Não vos contei mas fui ver o meu Manuel na semana passada. Penso que perdi cerca de 4,5 kg nesse dia, o que numa gravidez afinal é bom, mas o pior é que acho que também envelheci. Para aí 45 anos. O que faz de mim uma grávida magra e velha. Mas continuando, fui ver o meu Manuel. Entrei naquela sala escura a saborear o meu coração que batia a galope debaixo da língua fazendo-me balbuciar sons pré históricos feita adolescente à frente do brad pit, qualquer coisa como blercgerafclomen em vez de olá doutora. Deitei-me na maca fechei os olhos, e apertei as mãos suadas e geladas. É agora. Seja o que Deus quiser.

E quis Deus que a médica fosse anormalmente paciente, a companhia (que infelizmente não pode ser o meu deus grego) fosse anormalmente reconfortante, e as notícias fossem anormalmente maravilhosas.

É estranho passar tanto tempo numa expectativa disfarçada, num pânico miudinho e frenético e ter de repente, numa horinha apenas depois de 21 longas semanas, uma saída em cascata dos poros de tanta coisa recalcada. A descarga é tão grande que equivale a uma corrida. Ao pé coxinho. Enfiada num fato de ski. Na ponte Vasco da Gama. Ao meio dia de um dia de agosto.

E a felicidade vem em forma de copo de água fresco e cama com lençóis de linho depois da maratona. Uma descarga brutal de tanto tempo de espera, tanto medo guardado, tanta paranóia estúpida.

Cheguei a casa e desmaiei na cama, e acordei no dia seguinte…. grávida do meu segundo filho.

Já vos disse que estou grávida?

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