segunda-feira, 16 de março de 2015

Sento-me na areia. O meu marido pega no mais velho pela mão e leva-o a molhar os pés. O que, invariavelmente, significa acabar em cuecas a rebolar no fim da ondas em pleno mês de março. Fotografo o momento. Ao meu lado o pequenino experimenta a areia pela primeira vez com as mãos. Primeiro a medo. Depois com fome (bendita chucha). Fotografo o momento. Abro a caixa dos morangos. Sentamo-nos  no tapete azul ao sol a comer fruta de verão, num dia de inverno na praia. Fotografo o momento. Não quero que nada me escape. Os refegos do pequenino cheios de areia. A barriga do mais velho a escorrer morango. O sorriso do meu marido de calças arregaçadas.
Ando triste. Que ando. Por isso fotografo insistentemente aqueles segundos bons, numa tentativa de os reter para sempre, para não me esquecer quando a vontade de chorar vier com força.

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