sexta-feira, 26 de junho de 2015

Decisões

Todos os dias tomamos decisões na nossa vida. Todos os segundos são, aliás, decisões que tomamos. Se viramos  à esquerda, se viramos à direita, se sorrimos ou se vamos sérios, se tomamos o pequeno almoço em casa, se o tomamos antes em frente ao computador. E todas as decisões que tomamos têm, inevitavelmente, consequências.
Eu não me considero uma pessoa ambiciosa. Pausa. Mentira. Eu sou a pessoa mais ambiciosa deste mundo. Porque anseio a felicidade, minha e dos meus. E por isso, toda a minha vida é delimitada por micro e macro decisões que considero no momento que as tomo que me levarão neste sentido: o de ser e fazer felizes queres que amo.
Moro a uma hora e meia do meu local de trabalho. Tenho de ir de carro até ao comboio, faço 40m de caminho, saio com a multidão dos subúrbios e ainda me esperam cerca de 20 m de caminhada. Ás vezes, depois daquelas estóicas noites do Manuel, chego ao escritório (ainda vazio por pelo menos uma hora) impreterivelmente às 8:30 da manhã, e tenho vontade de chorar de cansaço... Porque depois começa o dia, os mails, os telefones, as horas a passar. E eu, mesmo que esteja num dia com menos trabalho, passo o dia sempre na pressão da hora que tenho de sair, impreterivelmente às 4:30, para poder apanhar o meu segundo filho às 6:30 na escola.
Não me queixo, mas sei que sou criticada, sei que sou olhada por todos os outros que tantas vezes é pelas 4:30 que começam desenfreadamente a trabalhar. E me olham de esguelha, olha-me esta sortuda, ainda vai para a praia. E sim, tem dias, com finais de tarde mornos e solarengos, que ainda consigo ir com os meus dois filhos molhar os pés no mar.
Foi a decisão que tomei para a minha vida. Esta de ver os meus filhos sujos de terra. Esta de ser eu a dar-lhes banho todos os dias para os deitar cedo e sem remorsos para um copo de vinho a sós com o meu marido. 
Não serei rica de certeza. Corro inclusive o risco de ser empurrada para o lado (ou para fora...) numa altura de restruturações profundas no sítio onde trabalho. Mas foi esta a decisão que tomei. A de ser feliz.

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