domingo, 28 de junho de 2015

Putos de buço a mandar-me à merda


Os meus filhos estão crescidos. O mais velho então, dá-me bailes diários de Independência e sofisticação intelectual, as piadinhas de outrora já são, tantas vezes, respondidas com um Oh mããe…

O meu recém nascido escuro e de 12 kilos vai fazer um ano. Está uma gracinha que só visto, às 3 da manhã senta-se e bate palminhas. Um ano, onde já se viu isto.

Estou à espera daquele momento em que, sem eu estar de todo à espera, os meus filhos me mandam à  merda de voz grossa e buço… Não sei se estou preparada.

Por outro lado, a independência deles é espetacular porque nos liberta a nós. Quando somos pais, não sabemos, mas viramos escravos. Escravos de horas, de sopas, de biberãos, de fraldas atafulhadas com merda. E super heróis também, constantemente a salva-los da morte, ou à beira da piscina, ou de boca aberta prontos a engolir uma carocha de meio kilo. Nem nos apercebemos, porque eles são manhosos, mas de repente não mandamos nas nossas horas, as conversas são constantemente interrompidas com um BOA, PARA COM ISSO, OLHA QUE CAIS, PALIMHAS OLARÉ PALMINHAS! E poder acabar uma conversa, ou uma refeição é de facto um luxo. Afinal sim, estou preparada para ser mandada à merda por putos de buço. Quero beber uma garrafa de vinho inteira sentada. Sem me levantar uma única vez.

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