sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Entrei no elevador, cumprimentei um amigo, perguntei-lhe pela criança, xinamen, já quase um ano, é verdade o tempo passa a correr, não tarda estão a mandar-nos à merda. E ficou-me aqui a enevoar a mente, tenho de te dizer isto, filho, que a puta do tempo passa a correr, e amanhã já não me vais sorrir assim só porque entrei no teu quarto, provavelmente nem vais ter paciência para me ouvires dizer o quanto gosto de ti, não porque não gostes tu de mim, mas porque a adolescência terá coisas tão mais sérias para pensares. E por isso tenho de te dizer já, agora, porque tenho medo de me esquecer, o quanto amo o cheiro do teu pescocinho, quero que saibas um dia, porque tenho medo de já não saber dizer, a delicia que são os teus dedos gordos dos pés, e o formigueiro de calor que sinto com as tuas gargalhadas quentinhas a pedir MAAAIS beijos, mais dentadas, mais snifadelas desse teu eu pequenino de quase dois anos.
Senti uma urgência de te dizer, mas ainda não percebes por isso escrevo para leres quando perceberes, que te amo desvairadamente, que morro com as tuas mãozinhas rechonchudas, com os refegos nos pulsos, com as dentadinhas que me dás na bochechas, derreto-me quando encostas a tua cabecinha suada e a cheirar a bebé na minha, cedo mais eu em ti sempre que me olhas deliciado, sempre que me fazes sentir mãe. A tua mãe.

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