terça-feira, 13 de outubro de 2015

O meu filho mais velho, agora, questiona-se/me sobre a morte.
Isto é assustador, como explicar o ponto final a uma criança de 4 anos?
Oh mãe, onde está o Michael (Jackson, sim, o próprio, nunca falei aqui, mas os meus dois filhos descobriram este homem na tv e agora revivo anos 90 over and over again). Oh filho, bom, o Michael, bom o Michael morreu. Faz-se silêncio. Está morrido, pergunta-me indignado. Como axim, está ali, na tavijão.
E eu fico nervosa, falo-lhe do céu, do sono, olhó bujix lá fora.
E de repente tenho o miúdo a questionar-se. E pior. A questionar-me. 
Onde está o tio manel? 
Não é tio, é avô. Está no céu. 
Está morrido mãe?... 
Hum. Sim morreu e agora está no céu. 
E onde ficou morrido o tio manel? 
Avô, salpico, é avô manel. 
Xim, onde? 
No hospital (toda eu sou reticências, não quero continuar esta conversa).
Mãe quando eu for velhinho tu vais estar morrida?

Para tudo. Escuta filho, não quero pôr o tempo a passar nessa forma pragmática que vocês, crianças, têm de arrumar as coisas. Come lá o bolicau, procura a fadinha debaixo das pedras e pede chupachupas ao pai natal, pode ser?

E ele arruma o assunto de outra forma.
Bom mãe, quando eu for velhinho tu, o pai e o manéli xão meus filhos. Pode xer? (ele tem esta questão amorosa sempre a rematar tudo o que diz, vou fazer xixi, pode xer? Vou jogar computador, pode xer?).
E eu digo que sim, pode ser.

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