quinta-feira, 22 de outubro de 2015

desconexo da indiferença

Há dias assim. Dias em que se cola uma tristeza peganhenta, uma urgência não urgente só de estar. Sem neurónios, sem emoção, sem nada, nadica de nada.
Acordei de manhã depois de uma noite (novamente) mal dormida. Arrastei-me pesada à cozinha, balde de café, torrada, e sento-me lá fora. Está tudo escuro, não sei porquê as luzes da rua não acenderam esta noite. Dói-me a cabeça e tenho ainda aquele frio que só passa com o sono. Lá dentro ainda dormem todos. Vem lá mais um dia. Duche a correr, secador base a tapar o ar verde e exausto. Comboio, caminhada, banco.
Tenho tudo. Tudo mesmo. Saúde, emprego, filhos, um marido que amo genuinamente. Tenho uma casa que adoro, internet no telemóvel.

Mas depois há dias assim… em que se cola uma tristeza peganhenta, urgente e sem urgência…. Uma merda isto de não ter desculpas para chorar. Penso então na instabilidade politica. Começo a traçar um rumo aos meus pensamentos, um e um são dois, e vão três, bah, desisto. Quero que se foda a politica. É isso! Não estou triste afinal. Quero só que tudo se foda: os papeis que tenho de assumir, a esquerda ou a direita, os inimig(a)s, as intrigas, os rumores, o sono que sinto desde que fui mãe. Quero que tudo se foda, deixem-me estar sossegada no meu canto que hoje não estou para conversas (pensamentos palavras atos e omissões).

2 comentários:

  1. É esta coisa parva de andar sempre a correr, de vivermos para trabalhar, sempre a correr...

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