terça-feira, 3 de novembro de 2015

Venho no comboio. Odeio esta merda deste horário de inverno, adorava saber quem foi a besta que se lembrou disto. Mas dizia eu. São 5:30 e eu venho no comboio enquanto lá fora as luzes já se acendem. Venho a fazer listas mentais. Passo a vida nisto, uma canseira: chegar à estação, voar para o carro, buscar o mais velho, comprar básicos, chegar a casa já tão tarde onde me espera um ser pequenino rabugento e sarampitado de varicela. Depois quando chego a casa volto desenfreada às minhas listas mentais: dar pão ao pequeno para se calar 7 minutos, enquanto dispo o mais velho a fingir que brinco as casinhas e depois o atiro para um enorme caldeirão que é só a banheira. Graças a deus tenho lá a minha mãe que me adianta o jantar e cala o pequeno com mel em vez de pão. Quando passa esta correria sento-me com eles no chão do quarto. O mais velho exige atenção, interação, resposta constante. O mais pequeno, nos dias em que dorme bem consegue fica largos minutos sentado, com uma caixa no colo onde põe e tira um qualquer brinquedo. E sempre que o tira faz oooohhhh com aquela boquinha carnuda e babada que só apetece dar beijos. E eu gosto de fica ali deitada só a vê-lo. Abre a caixa. Põe o brinquedo. Fecha a caixa. Abre a caixa. Tira o brinquedo. Ooohhhhh de espanto.
Atrás de mim ouço: mãe vamos fajer uma cajinha pode xer?

Sem comentários:

Enviar um comentário