quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lisboa Domiciliária - as entranhas de Lisboa

Hoje vinha de manhã de carro para o trabalho (calma não era eu que vinha a guiar, o meu deus grego normalmente traz-me de manhã), e num dos encarnados pedi o destaque que estavam a distribuir como de costume aquela hora da manhã.
Normalmente folheio por alto, só para ver as gordas, mas houve uma imagem que prendeu a minha atenção (e ó que é difícil!). Uma velhinha, mirrada, vazia, com o resto que sobra do seu cabelo muito branquinho, muito penteadinho especialmente para a foto. A mesa antiga com bordados e fruteiras na sua frente. Os quadros antigos atrás. As paredes a precisar urgentemente de uma demão. A solidão esfregada violentamente em cada canto daquela foto. Fiquei deprimida só com uma imagem. E como o ser humano tem tendência para cuscar o deprimente, cheguei ao meu local de trabalho e fui ver melhor o que era aquilo da Lisboa Domiciliária.
Convido-vos a a ver a realidade que se esconde por detrás das janelas altas de Lisboa. Uma realidade cruel, triste e solitária. Uma realidade que nos repugna, indigna e choca. Mas que, pelo menos a mim, me fez pôr a mão na consciência... Será que andamos a dar as prioridades correctas à nossa vida?

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