terça-feira, 18 de setembro de 2012

Eu me confesso...

Navego aqui e ali, leio um e outro blog, um e outro artigo. Chego à triste conclusão que a minha tristeza não é minha, é nossa, e entranha-se na alma um mau estar azedo, leve e vago mas terrivelmente constante.
Aqui me confesso, pública e despudoradamente: Sou uma inculta política e social, toda a vida caguei nos agoiros de crise que se ouviam, nas reformas que não haveriam, nos défices que há tanto tempo se mostravam assustadores. Aqui me confesso, que sempre fui apologista do "badamerdas para tudo isto", mudava automaticamente de canal quando me começavam a despejar estas merdas pela sala a dentro, ou simplesmente desligava a TV e ia para a esplanada mais próxima ouvir o mar na boa companhia de uma imperial. Sou assim. Politica e socialmente alienada, para não dizer irresponsável.
E agora sinto de repente uma pressão gigante, vinda de fora e de dentro, um enorme indicador que me aponta a culpa, a cobardia, o desleixe. Porque sempre (SEMPRE) votei, mas confesso que de forma mais ou menos irreflectida. Porque nunca li jornais. Nem participei em manifestações. Porque me irritava o Nilas Socrates, mas não liguei ponta de um corno ao caso do freeport. Porque sabia do défice, ou tinha uma vaga ideia, mas sempre me preocupei mais com os benefícios que teria na próximas lesgislativas do que propiramente com as medidas que deveriam ser tomadas para começar a por um travão a este gigante TGV que todos somos a caminho do abismo.
Por isso, vejo a onda de revolta que se instaurou, e com a qual obviamente estou solidária, mas penso... A culpa é minha. E vossa também...

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