terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Medos

Já vos tinha dito que sou piegas, paneleira, medricas, histérica? Já, penso que consta aí num dos meus posts. Desde que sou cutchi cutchi bem canuca, que no topo dos meus pavores está o monstro assassino a-gu-lha (medo medo medo).
Não durmo há uma semana. Suores frios, pesadelos, sobresaltos. Desde que recebi aquele maldito mail que sou uma mulher psiquiatricamente afectada, à beira do colapso nervoso.
O local onde trabalho é o que se chama "socialmente responsavel" (cabrões), e por isso de 2 em 2 anos recebemos um mail que nos obriga a dirigimo-nos ao 8º piso, as carniceiras cá do sitio, uma senhoras de 98 anos, antigas directoras e agora enfermeiras, que aguardam pacientemente pela reforma - o Posto médico.
"Convocamos a srª drª a comparecer do dia x as y horas e em jejum (EM JEJUM??? COMO FUMO CARA***???) para fazer análises".
Medo... Pavor... Suores frios...
Sempre que os meus pais me arrastavam para as vacinas era um verdadeiro dia de terror para a família inteira. Os meus irmãos (mais novos que eu) levavam pacificamente a seringada, e eu, a mais velha, responsável, boazinha, princezinha do coração dos meus pais, tinha um verdadeiro ataque epilético, histeria pura, descontrolo absoluto. Eram as enfermeiras a correrem atrás de mim, a minha mãe desesperada de raiva com os dentes arreganhados, já descalça com o sapato na mão para me sovar. E só depois de valentes bofetadas e amarrada convenientemente à cadeira é que lá me conseguiam espetar com aquilo, entre espasmos, lágrimas e suplicios.
Sempre ansiei por ficar "crescida" porque os crescidos não têm medo de picas. TÁÉRRÁDOOOO! Sou crescida e continuo paneleira.
Quinta feira de madrugada lá vou eu, em jejum, desesperada por uma passa de nicotina, SOZINHA, para o 8º piso, aquele sítio sinistro que cheira a éter, entregar o meu bracinho às senhoras carniceiras das picas, que de certeza que descarregam as suas frustações nos bracitos da gente jovem e com potencial de ascenção (cof cof, eu!).
E o pior é quie não está lá ninguém para me obrigar à estalada a entregar o braço à pica! Não, tenho de ir de livre e espontânea vontade, entrar na sala sorrindo para os directores que aguardam a sua vez, ciente que não posso ter um ataque de loucura em pleno local de trabalho.
Benzádeus, ajudai-me neste suplício, se eu ao menos pudesse ir charrada à tortura...

1 comentário:

  1. olá
    Estou a lêr o blog desde inicio e a adoooorar.
    Agora essa das enfermeiras serem carniceiras, não gostei. Amuei!

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